BCE atinge pico das taxas de juro “num dos próximos meses”, antecipa Centeno

Estamos a aproximar-nos da taxa terminal “num dos próximos meses”, antecipa o governador do Banco de Portugal. Mas aperto continuará “durante algum tempo” e juros só devem descer no próximo ano.

O Banco Central Europeu (BCE) está a aproximar-se do pico dos juros, mas as taxas não “vão descer instantaneamente, nem pouco mais ou menos”, avisa o governador do Banco de Portugal. Mário Centeno adianta que o aperto monetário vai manter-se “durante algum tempo” e só em 2024, se a inflação ceder, é que as taxas poderão descer.

“Podemos estar a aproximar do momento em que a política monetária está, em termos de fixação das taxas de juro, no ponto máximo deste ciclo de subidas. A partir daí as taxas não vão descer instantaneamente, nem pouco mais ou menos”, referiu Mário Centeno esta quarta-feira na apresentação do Relatório de Estabilidade Financeira de maio. “Se é em junho ou julho, não sei, há uma condição que é importantíssima: a inflação”, frisou.

“Se a taxa de inflação mostrar sinais – como tem dado no início do ano – de que está enquadrada no cenário base das previsões do BCE, este momento importantíssimo para o ciclo da política monetária vai acontecer num dos próximos meses”, afiançou o governador apontando para o objetivo de 2% no médio prazo.

Assim que atingir a taxa de juro atingir pico, “a política monetária vai se manter numa posição de aperto durante algum tempo, mas sem subida das taxas”, avisou. De acordo Centeno, os juros só “deverão descer em algum momento durante o ano 2024”. Mas deverão continuar numa posição restritiva nos próximos anos.

“As projeções mostram que até final de 2026 a taxa diretora do BCE deverá ficar acima de 2%. É um longo período, não podemos olhar com complacência”, afirmou.

O BCE aumentou as taxas de juro em 25 pontos base na semana passada, elevando a taxa dos depósitos para 3,25%, o valor mais elevado desde outubro de 2008, e as taxas de juro aplicáveis às operações de refinanciamento e de cedência de liquidez passaram para 3,75% e 4%, respetivamente.

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