Comissão de inquérito à TAP vai pedir imagens de videovigilância do Ministério das Infraestruturas

A comissão parlamentar de inquérito à TAP aprovou esta terça-feira o requerimento para ter acesso às imagens do dia em que Frederico Pinheiro foi buscar o computador e foi marcado por agressões.

A comissão parlamentar de inquérito à TAP aprovou esta quinta-feira um requerimento apresentado pelo Chega para que sejam disponibilizadas as imagens provenientes do sistema de videovigilância nas instalações do Ministério das Infraestruturas, na noite de 26 de abril.

Foi nesse dia, depois de ter sido demitido por João Galamba pelo telefone pelas 20h45, que Frederico Pinheiro se deslocou ao edifício do Ministério das Infraestruturas para ir buscar o seu computador de serviço, contendo as notas que tirava nas reuniões de trabalho e documentos classificados sobre a TAP.

O antigo adjunto do gabinete do ministro das Infraestruturas alega que foi agredido e manietado na tentativa de impedir que levasse o computador. Acusa também a chefe de gabinete e assessoras de o terem sequestrado, ao ordenarem ao segurança o encerramento das portas para que não pudesse sair do edifício.

Na tarde de ontem, quando decorria a audição de Frederico Pinheiro, cinco assessoras de João Galamba acusaram, em comunicado, o ex-adjunto de mentir à comissão de inquérito à TAP, reiterando que foram agredidas duas pessoas no dia 26 de abril e que a videovigilância mostrará o “estado de cólera” do antigo adjunto.

Foi na sequência deste comunicado que o Chega anunciou que iria apresentar um requerimento para que a CPI tivesse acesso às imagens de videovigilância daquele dia do ministério, que foi aprovado esta quinta-feira, com a abstenção dos deputados do PS e do PCP, que consideraram que o mesmo não se enquadrava no objeto da CPI.

Eugénia Correia, chefe de gabinete de João Galamba, afirmou na audição de ontem que não existem imagens do quarto piso, onde decorreram as alegadas agressões, porque a câmara não estava em funcionamento. Mas existem as do piso de entrada do edifício.

“Eu sei que há vários dias que há pressão do ministério para arranjar imagens”, disse Frederico Pinheiro. “Eu estava muito ansioso”, reconhece, justificando com o facto “de ter sido manietado por quatro pessoas, ter chegado à conclusão que estava sequestrado e o segurança ter dito que não abria a porta”.

A comissão de inquérito aprovou também um requerimento do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda para pedir “documentação à Ernst&Young: versão preliminar (em qualquer fase) ou final (concluída ou não), bem como todos os documentos de suporte, relativos à auditoria aos prémios e remunerações pedido pela TAP“.

E ainda um outro do mesmo partido para o pedido à Parpública e ao Ministério das Finanças da pasta de transição entregue pela Parpública aquando da entrada em funções do XXI Governo Constitucional (26/11/2015), onde consta informação sobre o processo de venda de 61% do capital da TAP à Atlantic Gateway de Humberto Pedrosa e David Neeleman.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP em fevereiro de 2022, mas vai recuar até à privatização da companhia em 2015. Tomou posse a 22 de fevereiro e o prazo foi alargado até 21 de julho.

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