Proposta de aumentos salariais evita início de nova greve nos portos
“Confirmo a desconvocação da greve”, diz ao ECO o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Administrações Portuárias. Proposta do Governo prevê atualização de 5%, com retroativos a janeiro.
A greve nos portos portugueses, que tinha sido convocada nas últimas semanas e que estava previsto arrancar esta quinta-feira, acaba de ser desconvocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias (SNTAP), segundo adiantou ao ECO o presidente da estrutura sindical, Serafim Gomes.
A pouco mais de 24 horas do reinício da greve nos portos, que ameaçava voltar a paralisar as operações portuárias, como aconteceu entre o final do ano passado e o início deste ano, os Ministérios das Finanças e das Infraestruturas avançaram com uma proposta conjunta que prevê aumentos de 5% para este ano nas tabelas salariais aplicáveis aos trabalhadores dos portos portugueses.
De acordo com uma circular do Sindicato da Marinha Mercante, Indústrias e Energia (Sitemaq), que também cancelou as ações de protesto, esta portaria, que ainda aguarda publicação em Diário da República, prevê uma atualização de 5% com efeitos retroativos a janeiro de 2023, “sendo ainda consolidada a atualização de 4% que foi decretada em 2022, valor que será incorporado de forma definitiva nas tabelas salariais”.
O SNTAP tinha convocado uma greve das 00:00 de quinta-feira até às 24:00 de sexta-feira, seguida de uma paralisação no dia 30 de maio, a partir das 00:00 e até às 24:00 de 1 de junho. O pré-aviso de greve previa igualmente uma paragem das 00:00 às 24:00 dos dias 5, 9, 12, 16, 19, 23, 26 e 30 de junho.
A greve realizada no último trimestre do ano passado, concentrada sobretudo nos trabalhadores marítimos, que movimentam as lanchas de pilotos e os rebocadores, mas que bloqueou todas as operações portuárias no continente, na Madeira e nos Açores, acabou por ser interrompida a 9 de janeiro, como “voto de confiança” no então novo ministro das Infraestruturas, João Galamba.
Na lista de reivindicações do SNTAP, que sempre defendeu que Medina seria decisivo para desbloquear o conflito laboral nos portos — e que, por “uma questão de independência não está, nunca esteve e nunca estará” filiado na CGTP ou na UGT –, destacava-se, além da resolução de problemas particulares nos diversos portos nacionais, uma atualização da tabela salarial de 8% para os trabalhadores das administrações portuárias.
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