Capacidade de hidrogénio em Portugal pode triplicar face à estratégia inicial
"Neste momento temos algo como o dobro ou o triplo já de intenções de investimento firmes em Portugal", assegura a secretária de Estado da Energia, Ana Fontoura Gouveia.
A secretária de Estado da Energia, Ana Fontoura Gouveia, estima que o país deverá contar com o dobro ou mesmo o triplo da capacidade de hidrogénio que estava prevista na estratégia nacional — contava-se, inicialmente, que fossem instalados 2,5 gigawatts de eletrolisadores até 2030. Agora podem passar a 5 ou 7,5 gigawatts (GW).
“A estratégia nacional para o hidrogénio precisa de ser atualizada porque foi feita num contexto diferente. Os fatores de competitividade do nosso país permitiram-nos atrair muitos projetos da cadeia de valor do hidrogénio verde, onde se incluem os sustainable aviation fuels, por exemplo. Diria que face à capacidade prevista na estratégia nacional, iremos multiplicar por um fator de 2 ou de 3“, explicou a governante, à margem da conferência Lisbon Energy Summit.
“Neste momento temos algo como o dobro ou o triplo já de intenções de investimento firmes em Portugal“, continuou Fontoura Gouveia, confrontada com a afirmação do ministro das Infraestruturas de que Portugal conta já com “um número interessante de projetos” de combustível para aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês). “Precisamos de hidrogénio para descarbonizar a indústria química, mas também para atrair novas indústrias e é aí que se inserem os combustíveis sustentáveis da aviação“, sublinhou.
As intenções de investimento têm sido avançadas tanto por indústrias que já se encontram em Portugal, como outras que desejam entrar no país, acrescentou ainda a secretária de Estado.
Offshore ainda sem detalhe
Apesar de o ministro do Ambiente ter adiantado, na semana passada, que o leilão de eólico offshore começaria com a licitação de mais de 1 GW, tendo depois o líder da Direção Geral de Energia e Geologia especificado que poderia estender-se até aos 2 GW, a secretária de Estado da Energia esclarece que a decisão final está dependente das informações que constem do relatório técnico, que deverá ser entregue na quarta-feira. A partir daí, segue-se um “trabalho intenso durante o verão”.
Para já, Fontoura Gouveia afirma que a intenção é avançar “o mais depressa possível” e “lançar o leilão ainda este ano”. Mas não tem uma data definitiva para o lançamento. Espera que o mercado seja, contudo, informado sobre as condições do leilão após o trabalho que será desenvolvido essencialmente no verão.
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