PS rejeita proposta do Chega para prolongar trabalhos da CPI à TAP e voltar a ouvir Galamba
Bruno Aragão, coordenador do PS na comissão parlamentar de inquérito, rejeita aprovar os requerimentos que o Chega apresentou para prolongar os trabalhos.
O PS rejeitou esta sexta-feira vir a aprovar a extensão do prazo da comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP pedida pelo Chega para voltar a ouvir o ministro das Infraestruturas, João Galamba, e a sua chefe de gabinete, Eugénia Correia.
Bruno Aragão, coordenador do PS na CPI, afirmou esta sexta-feira que o partido irá chumbar “liminarmente” os requerimentos apresentados pelo Chega. “Nós vamos continuar a discutir a TAP e isso esclarece a posição do PS relativamente a esses requerimentos”, afirmou o deputado.
“Neste momento não há nada que aponte para o prolongamento dos trabalhos. Por uma razão simples: houve uma consensualização do calendário e esse calendário está a ser cumprido e todos os partidos têm feito um esforço para a audições decorram como planeado”, acrescentou após o fim da audição a João Nuno Mendes, secretário de Estado das Finanças.
O Chega pediu esta sexta-feira a prorrogação do prazo da comissão parlamentar de inquérito à TAP por mais três meses, pretendendo ainda voltar a ouvir o ministro das Infraestruturas, João Galamba, e a sua chefe de gabinete, Eugénia Correia, noticiou a agência Lusa.
“Nós vamos entrar agora numa última fase de audições, em que tirando o secretário de Estado das Infraestruturas, serão só ministros, o ex-ministro das Finanças, o atual ministro das Finanças e o ex-ministro das Infraestruturas. Relativamente à tutela política, serão ouvidos, numa última fase, os altos cargos que tiveram responsabilidade sobre a TAP e que nos permitirão, naturalmente, fechar todo este processo”, salientou o deputado socialista.
Já na próxima segunda-feira, às 18h, será ouvido o antigo ministro das Finanças, Mário Centeno, e no dia seguinte o seu sucessor, João Leão. Quarta-feira será a vez de Pires de Lima, antigo ministro da Economia. Na última semana de audições, será vez de Hugo Mendes, antigo secretário de Estado das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, ex-ministro das Infraestruturas e Fernando Medina, ministro das Infraestruturas.
“Depois de 43 audições e mais de dois meses a ouvir pessoas, a ler documentos e a tentar montar as diferentes partes deste processo, aquilo que nos pedem é concluamos o que tivermos a concluir”, disse Bruno Aragão. “Terminaremos como previsto no dia 16 e depois decorre o mês para que se possa apresentar o relatório, discutir o relatório, ter os contributos dos diferentes partidos no relatório, fazer a sua discussão e a sua aprovação e concluir este processo”, garantiu. A votação do relatório final está prevista para 13 de julho.
Audições elucidaram dois momentos decisivos, diz PS
O coordenador do PS na CPI deixou uma primeira avaliação aos jornalistas. “Evidentemente, as conclusões têm o seu fim, mas acho que esta semana foi muito elucidativa, sobretudo de dois momentos em que havia alguma dúvida”, considerou o deputado socialista.
“O momento de 2015 e a forma como a privatização é feita, as opções dessa altura e depois o plano de reestruturação, sobretudo aquilo que faz com que se decida ou não pelos auxílios de Estado e pelo investimento de 3,2 mil milhões que o Estado tem que fazer, numa altura muito difícil do início da pandemia”, enumerou.
“Relativamente a 2015 temos a noção clara do que foram duas peças fundamentais para que aquela privatização tivesse ocorrido e que surgem no último mês desse processo. Por um lado, as cartas de conforto que permitem que o Estado garanta a dívida da empresa e que levam a que o Tribunal de Contas afirme que, apesar da privatização de 61% da empresa, o Estado se assemelha a um acionista único, com as garantias que são dadas nesse momento. A segunda peça é o parecer [da sociedade de advogados Vieira de Almeida] que suporta os fundos Airbus, que também foram uma peça fundamental para capitalizar a TAP”, afirmou Bruno Aragão.
“Essas duas peças surgem naquele último mês, apesar do processo vir já a decorrer há mais de um ano, e são absolutamente decisivas para que depois esse processo se tenha concluído no fim de um Governo que acabou por durar 27 dias”, criticou.
(notícia atualizada às 17h35 com mais declarações)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
PS rejeita proposta do Chega para prolongar trabalhos da CPI à TAP e voltar a ouvir Galamba
{{ noCommentsLabel }}