Portugal é o terceiro país da União Europeia com mais dívida pública detida pelas famílias

Apesar do interesse dos particulares pelos títulos de dívida pública, Portugal é apenas o 12.º entre 26 países da União Europeia com maior percentagem da sua dívida na posse de residentes.

Há muito tempo que Portugal não agregava na mão dos particulares uma quantia tão avultada da dívida pública. No final do ano passado, as famílias detinham 35,8 mil milhões de euros aplicados em títulos de dívida pública – maioritariamente em Certificados de Aforro e Certificados do Tesouro.

Trata-se de um valor 8% acima dos 33,1 mil milhões de euros registados em 2021, mas apenas 3,3% superior ao montante contabilizado em 2019.

Segundo dados do Eurostat divulgados esta segunda-feira, as famílias portuguesas detinham 13,1% da dívida pública nacional no final do ano passado. Entre os 26 países da União Europeia (UE) que o gabinete de estatística da UE recolheu dados, apenas a Hungria e Malta registaram uma percentagem maior de dívida pública nas mãos dos particulares.

Para Portugal, esta posição no contexto europeu não é propriamente nova. Desde pelo menos 2019 que é, sistematicamente, o terceiro país da UE com mais dívida nas mãos dos particulares. Em 2019 até apresentava uma percentagem maior: 13,8% da dívida nacional era detida por famílias.

Segundo dados do IGCP, o peso dos particulares no contexto da dívida pública tem inclusive vindo a aumentar no último ano, muito por conta da corrida aos Certificados de Aforro. Os últimos dados divulgados pela Agência de Gestão de Tesouraria e da Dívida Pública apontavam para que, em abril, 15% da dívida direta do Estado estava entre os pequenos aforradores.

Apesar deste interesse por parte das famílias, Portugal é atualmente apenas o 12.º país com maior percentagem da sua dívida pública detida por residentes. Segundo o Eurostat, no final do ano passado, 55,3% dos títulos de dívida eram detidos por particulares e empresas (financeiras e não financeiras) residentes em Portugal, cerca de 1,6 pontos percentuais acima da média dos países da UE.

O líder deste ranking é a Suécia que, dos 351,5 mil milhões de euros de dívida pública, tem 85% deste montante na posse de residentes e apenas 15% da dívida fora de portas. No canto oposto está o Chipre, que tem apenas 6,8% do stock total da sua dívida colocado internamente.

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