Chanceler alemão defende parcerias equilibradas na Ásia, após receber primeiro-ministro chinês
"A Alemanha aposta no alargamento das relações económicas na Ásia. Não queremos fechar-nos a um único parceiro, queremos parcerias equilibradas", afirmou Scholz.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, defendeu esta terça-feira que a Alemanha deve estabelecer parcerias económicas equilibradas na Ásia, no final de uma reunião com o primeiro-ministro, chinês, Li Qiang, em Berlim.
“A Alemanha aposta no alargamento das relações económicas na Ásia. Não queremos fechar-nos a um único parceiro, queremos parcerias equilibradas”, afirmou Scholz, citado pela agência francesa AFP.
Scholz disse que a Alemanha “não tem interesse” em isolar-se economicamente da China, o principal parceiro comercial de Berlim. A Alemanha tem mostrado interesse em manter boas relações com a China, apesar da cautela em relação à crescente assertividade de Pequim e à recusa em criticar a invasão russa da Ucrânia.
A estratégia de segurança nacional da Alemanha, recentemente publicada, descreve a China como “um parceiro, concorrente e rival sistémico”, segundo a agência norte-americana AP.
Durante a reunião, Scholz apelou a Li para a China fazer mais para persuadir a Rússia a pôr termo à guerra na Ucrânia. “Apelei novamente ao Governo chinês para que exerça a sua influência de forma ainda mais forte sobre a Rússia nesta guerra“, disse, ao lado de Li.
“Como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, a China tem um dever muito especial nesta matéria”, afirmou. Scholz considerou ainda ser “importante que a China continue a não fornecer armas ao agressor, a Rússia”, e congratulou-se com a posição chinesa de que não deve haver qualquer ameaça de utilização de armas nucleares.
Li não respondeu diretamente nem mencionou a Ucrânia na declaração aos jornalistas, mas apelou a uma maior cooperação com a Alemanha para ultrapassar as dificuldades económicas. “A recuperação económica mundial carece de uma dinâmica de crescimento. A China e a Alemanha, como nações grandes e influentes, devem trabalhar ainda mais estreitamente em conjunto para a paz e o desenvolvimento do mundo”, afirmou.
Li assegurou ainda que Pequim atribui “grande importância aos laços entre a UE e a China e gostaria de trabalhar com a Alemanha para promover esses laços”.
Ambos os líderes sublinharam a necessidade de cooperar face aos grandes desafios globais, incluindo a luta contra as alterações climáticas, acrescentou a agência espanhola EFE. Scholz e Li não responderam a perguntas dos jornalistas. A visita de Li Qiang à Alemanha é a primeira ao estrangeiro desde que assumiu funções, em março.
Bruxelas quer melhorar segurança económica da UE face a países como China e Rússia
A estratégia para a segurança económica da União Europeia esta terça-feira proposta pela Comissão Europeia tem como foco a identificação dos riscos mais sérios nas relações comerciais com países como a Rússia e a China.
“Os candidatos óbvios para este filtro geopolítico são a China e a Rússia”, disse, em conferência de imprensa, a vice-presidente da Comissão Europeia Margrethe Vestager, que tem a pasta da Concorrência.
O executivo comunitário quer que a UE adote medidas que evitem que países terceiros possam pôr em risco a segurança económica europeia, propondo que seja controlado o acesso a tecnologia de ponta desenvolvida na UE ou a infraestruturas chave através de relações comerciais ou de investimento.
Bruxelas quer ainda que a UE estabeleça parcerias com o maior leque possível de países terceiros para dar resposta a preocupações e interesses comuns, apelando à colaboração dos Estados-membros e do setor privado.
O vice-presidente da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis referiu que, se por um lado, uma das valias da UE é ter uma economia aberta e um “superpoder comercial”, por outro lado, é preciso “lidar com alguns riscos económicos”.
“Tendo em vista as ameaças emergentes, alguns Estados-membros e países terceiros já melhoraram os controlos nacionais com vista a limitar as exportações de tecnologias críticas”, referiu ainda.
Bruxelas quer incluir os microchips, a inteligência artificial e os supercomputadores na lista dos setores chave e apela ainda para serem examinados os riscos em quatro áreas distintas: as cadeias de abastecimento – incluindo a segurança energética – as infraestruturas críticas, a segurança tecnológica e a fuga de tecnologia.
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