Governo atribui dificuldades de especialistas no SNS à concorrência “desigual” dos privados
A secretária de Estado da Promoção da Saúde admitiu dificuldades em contratar especialistas de obstetrícia e ginecologia para o SNS, alegando a concorrência "desigual" do setor privado.
A secretária de Estado da Promoção da Saúde admitiu esta quarta-feira dificuldades em contratar especialistas de obstetrícia e ginecologia para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), alegando a concorrência “desigual” do setor privado.
“Não negamos que existem dificuldades precisamente com a capacidade de profissionais na área da ginecologia e obstetrícia, mas não é porque nós não queiramos contratar. Nós contratamos todos e mais alguns que possamos”, assegurou Margarida Tavares, numa interpelação ao Governo requerida pelo grupo parlamentar do BE sobre o SNS.
Segundo disse a governante, o “problema” na contratação destes especialistas para os hospitais públicos reside na “concorrência com os privados que é desigual”.
“Se os privados tiverem de responder às mesmas exigências do que uma maternidade pública, eu queria ver como é que as coisas se passavam”, salientou Margarida Tavares, ao assegurar ainda aos deputados que “não há nenhum encerramento” de serviços do SNS.
“Concentrar e alternar locais de trabalho não significa encerrar. É uma boa política e que garante a continuidade dos cuidados”, garantiu a secretária de Estado.
Sobre a falta de médicos de família em Portugal, Margarida Tavares adiantou que “gostaria de facto que todos os portugueses” tivessem atribuído um desses especialistas, mas considerou que o país enfrenta um “problema multifatorial” nesta matéria.
“Nós estamos a enfrentar e vamos enfrentar por mais dois anos dificuldades grandes em termos do número de reformas” de médicos de família, reconheceu a secretária de Estado, apesar de considerar que o SNS apresenta atualmente uma boa capacidade de reter estes especialistas.
No debate sobre o SNS, Margarida Tavares reiterou ainda que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que vai decorrer no início de agosto, vai “trazer a Portugal jovens saudáveis a maior parte deles”.
“Não devemos dramatizar. Estamos preparados e em prontidão”, referiu Margarida Tavares, que disse não estar à espera de “necessidades importantes para o SNS” devido à JMJ, que “continua a sua vida”, apesar do evento de grandes dimensões previstos para Lisboa.
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