Danone e Kellogg’s na lista de 75 empresas pressionadas a baixar os preços em França

  • Joana Abrantes Gomes
  • 23 Junho 2023

O ministro das Finanças francês negociou com dezenas de empresas de bens de consumo uma redução de preços dos produtos. Danone, Kellogg's, Coca-Cola ou Unilever fazem parte desta lista.

A Danone e a Kellogg’s estarão entre as 75 empresas de bens de consumo às quais o Governo francês pediu que baixassem os preços, revela a Reuters. O Ministério da Economia do Executivo liderado por Emmanuel Macron não confirma nem desmente a lista de empresas que aderiram a esta iniciativa.

Foi a 9 de junho que o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, assegurou que tinha garantido o compromisso de algumas empresas de reduzirem os preços de centenas de produtos, sob ameaça de sanções financeiras no caso de não o fazerem.

No mesmo dia, a Unilever, que fabrica as maioneses Hellmann’s ou as sopas Knorr, disse à Reuters que era uma das empresas incluídas no plano do Governo. Desde então, outras empresas têm sido identificadas pela imprensa francesa, tais como a Coca-Cola, a Mondelez e a Nestlé.

A lista à qual a agência de notícias teve acesso inclui ainda vários fabricantes de produtos alimentares, como o grupo agrícola francês Avril, e alguns dos maiores fabricantes de bebidas a nível mundial, entre eles a Pernod Ricard.

Das empresas incluídas na iniciativa, apenas a Kellogg’s respondeu, dizendo, em comunicado, que não podia comentar as discussões entre o Governo, as associações comerciais e os retalhistas, mas notando que a sua ronda anual de negociações tinha sido concluída. A fabricante de cereais afirmou ainda que os preços de retalho dos seus produtos são fixados exclusivamente pelo retalhista.

Se vier a ter sucesso, o plano do Governo francês poderá forçar algumas das empresas que nos últimos meses tiveram aumentos de preços de 10% ou mais a reabrir negociações sobre preços com os grandes retalhistas e a pressionar as suas margens de lucro.

Em maio, a taxa de inflação homóloga em França recuou mais do que esperado, fixando-se em 5,1%, o valor mais baixo desde abril do ano passado. Porém, nos produtos alimentares, a desaceleração foi mais modesta: 14,1% em maio contra 15% em abril.

Alguns fabricantes de bens de consumo afirmaram recentemente que os custos estão a começar a diminuir, levando os legisladores e os reguladores a acusarem as empresas de manterem os preços elevados de forma desnecessária.

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