Sustentabilidade, segurança e acessibilidade: o trilema da transição energética

  • Armando Oliveira
  • 23 Junho 2023

Temos uma grande responsabilidade enquanto empresas do setor, e por isso acreditamos que a solução passa por combinar diferentes alternativas energéticas rumo à descarbonização.

A transformação do setor da energia é fundamental para conseguir a transição energética, que se apresenta como um dos grandes desafios do século XXI. A Europa, que quer ser o primeiro continente neutro em emissões até 2050, e onde Portugal se insere como um pioneiro neste tema, tem promovido grandes alterações em matéria de política climática e energética, por forma a garantir um alinhamento com as metas estipuladas, permitindo, assim, uma verdadeira e célere redução de gases com efeito de estufa (GEE).

Com o “Fit for 55” – pacote de medidas da União Europeia para garantir o alinhamento da legislação em vigor com o objetivo de redução das emissões de GEE em pelo menos 55% até 2030 -, surgem uma série de iniciativas com um âmbito muito alargado, algumas das quais ainda por aprovar, que prometem promover a necessária transformação e alcançar os objetivos climáticos estabelecidos. Uma dessas medidas está associada à promoção da utilização de biocombustíveis no setor da mobilidade. A legislação nacional que transpõe a Diretiva Europeia de Energias Renováveis (RED – Renewable Energy Directive) estabelece uma senda crescente de incorporação de combustíveis de baixo teor em carbono nos combustíveis rodoviários, para assegurar metas de incorporação superiores a 16%, em teor energético, a partir de 2029. Em Portugal, estamos a fazer o nosso caminho, sendo que os combustíveis rodoviários que introduzimos em consumo incorporam biocombustíveis que representam 11,5% em teor energético, em cumprimento da meta em vigor.

Temos uma grande responsabilidade enquanto empresas do setor, e por isso acreditamos que a solução passa por combinar diferentes alternativas energéticas rumo à descarbonização e, neste sentido, a oferta de multienergia permite uma resposta imediata para os esforços que os países, empresas e sociedade em geral, terão de assumir para que possam ser atingidas as metas de descarbonização.

O papel de todos será fundamental, quer na mobilidade, como também em tudo o que fazemos no nosso dia-a-dia. Para a mobilidade falamos de alternativas como, por exemplo, os já referidos combustíveis renováveis, que têm várias vantagens, como a redução das emissões de GEE, a possibilidade de serem usados em frotas existentes compatíveis e infraestruturas de armazenamento, além de serem uma alternativa para setores que não podem ser facilmente descarbonizados, como é o caso da aviação e do transporte marítimo. Além disso, ajudam a promover o desenvolvimento económico em áreas rurais e aumentam a segurança energética. Em Portugal, já temos uma estação de serviço que fornece diesel 100% renovável, no âmbito de um projeto piloto que tem como objetivo avaliar o desempenho do diesel renovável e a sua capacidade de redução de emissões.

Já o hidrogénio, que pode ser produzido por meio do eletrólise da água e que pode ser usado em diversos setores, como a indústria química, a mobilidade e o setor da produção de energia elétrica, faz também parte da estratégia da multienergia, bem como a mobilidade elétrica, com as vantagens que já conhecemos. Na Repsol, estamos comprometidos com a descarbonização, todas as alterativas sustentáveis são válidas e estamos a implementar medidas para liderar uma transição energética, segura, inclusiva e justa, sem deixar ninguém para trás.

  • Armando Oliveira
  • Administrador-delegado da Repsol Portugal

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