Europa preparada para liderar resposta a riscos cibernéticos, diz FERMA

  • ECO Seguros
  • 29 Junho 2023

A Europa só pode reforçar a sua ciber-resiliência se envolver toda a cadeia de intervenientes - empresa cliente, seguradora e governo - para reduzir as lacunas de cobertura, conclui relatório FERMA.

Um relatório conjunto da Federação das Associações Europeias de Gestão de Riscos (FERMA) e dos seus parceiros do setor salienta a necessidade de colaboração entre partes interessadas do setor dos riscos e dos seguros para fazer face à evolução dos riscos cibernéticos e posiciona a Europa como um potencial líder mundial no desenvolvimento de soluções para fazer face a estes riscos.

Philippe Cotelle, Vice-Presidente da FERMA e Presidente do Comité Digital, declarou que o relatório representa um diálogo inovador que envolve todas as partes interessadas do setor de ciberseguros.

O relatório conjunto intitulado “Cyber Insurance Dialogue – How Europe Can Lead the Way to Cyber Resilience“, elaborado em parceria com os principais intervenientes do setor, incluindo a Allianz Global Corporate & Specialty, a Axa XL, a HDI Global, a Howden, a Lloyd’s Insurance Company (Europe), a Marsh e a Munich Re, é o resultado de um diálogo pan-europeu com várias partes interessadas.

Um dos pontos principais do relatório é o apelo a uma maior colaboração entre as partes interessadas no ciberespaço, a fim de encontrar um equilíbrio entre a apetência pelo risco das seguradoras e os requisitos de cobertura das empresas compradoras, garantindo a sustentabilidade do mercado dos seguros cibernéticos.

O estudo colaborativo salienta também a importância do investimento em medidas de identificação e prevenção, a adoção de cobertura transitória e de práticas de subscrição contínua, e propõe a realização de uma cimeira internacional anual dedicada à ciber-resiliência. O relatório faz recomendações fundamentais nos domínios da identificação e prevenção, da subscrição e da cobertura para reforçar a ciber-resiliência na Europa.

Em termos de identificação e prevenção, o relatório sugere que as grandes empresas devem investir em qualificação, avaliação comparativa, formação em gestão de crises e protocolos para melhorar a sua capacidade de identificar e prevenir ciberameaças. Além disso, defende o desenvolvimento de normas comuns de cibersegurança para as pequenas e médias empresas (PME) em toda a União Europeia (UE). Sublinha também a necessidade de as autoridades públicas lançarem campanhas de sensibilização, ferramentas e regimes de incentivo para encorajar as PME a investirem em controlos sólidos de cibersegurança.

Relativamente à subscrição, o estudo salienta a importância de colaborar num questionário de base mais normalizado que possa ser utilizado nas discussões sobre subscrição. Apela a uma formação reforçada sobre as tecnologias incorporadas nos processos empresariais e a segurança que lhes está associada, para garantir que as seguradoras tenham uma compreensão abrangente dos riscos envolvidos.

O relatório sugere também a disponibilização de opções de cobertura transitórias para as PME que se encontram nas fases iniciais de reforço das suas capacidades de cibersegurança. Para as grandes empresas, é recomendada a implementação de uma abordagem de subscrição mais contínua, centrada em mais feedback no processo de subscrição.

Em termos de cobertura, o estudo apela a que a Europa a assuma um papel de liderança, mencionando os riscos que não podem ser adequadamente cobertos apenas pelo mercado privado de seguros. Incentiva a continuação dos debates sobre a cooperação público-privada para encontrar soluções para os riscos cibernéticos emergentes, ciberguerras e riscos sistémicos.

Destaca-se ainda a importância da colaboração entre todas as partes interessadas, tanto públicas como privadas, no desenvolvimento de ‘testes de stress’ para compreender potenciais ciberameaças.

O relatório sublinha a importância de uma partilha mais alargada de dados sobre os sinistros cibernéticos e é proposta a criação de um evento anual de grande escala sobre cibersegurança que reúna as partes interessadas da cadeia de valor dos seguros e os decisores políticos para enfrentar os desafios do mercado e desenvolver estratégias eficazes de resiliência cibernética.

Philippe Cotelle, Vice-Presidente da FERMA e Presidente do Comité Digital, declarou que o relatório representa um diálogo inovador que envolve todas as principais partes interessadas no setor dos ciberseguros. O líder sublinhou o objetivo coletivo de promover a ciber-resiliência nas organizações e de criar um mercado de ciberseguros sólido, relevante e acessível para reforçar a competitividade global do mercado europeu.

Typhaine Beaupérin, Diretor Executivo e Secretário-Geral da FERMA, manifestou a sua convicção no potencial da Europa para se tornar um líder mundial no reforço da ciber-resiliência.

 

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