Portugal procura adiar reembolso de dívida para os próximos 10 e 30 anos

O Estado realiza amanhã uma operação de troca de dívida para adiar parte dos 36 mil milhões de euros de dívida que vence nos próximos três anos para 2032 e 2052. Deverá pagar entre 3% e 3,5%.

O Estado vai novamente ao mercado de obrigações depois de quase quatro meses ausente. Desde o tempo da troika que Portugal não esteve tanto tempo ausente dos mercados.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) anunciou esta terça-feira que amanhã (28 de junho) vai realizar uma operação de troca de dívida que envolverá a recompra de três linhas obrigacionistas com maturidade em 2025, 2026 e 2027, pela venda de duas linhas obrigacionistas com maturidade em 2032 e 2052.

Recorde-se que desde 8 de março que Portugal não realiza uma emissão de Obrigações do Tesouro e desde 17 de maio que não emite Bilhetes do Tesouro, muito por conta da corrida aos Certificados de Aforro desde o início do ano.

Com a operação prevista para amanhã, o IGCP procura alongar o reembolso da dívida pública, que atualmente apresenta a duração de 7,2 anos, excluindo os empréstimos da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional.

A obrigação com maturidade a 12 de abril de 2052 (que atualmente serve de benchmark para a emissão a 30 anos da República) está a negociar com uma yield de 3,46%.

A obrigação com maturidade a 16 de julho de 2032 (que serve de benchmark para emissões a dez anos) está a transacionar no mercado secundário com uma yield de 3%.

As emissões que amanhã serão recompradas apresentam atualmente um salvo-vivo superior a 36 mil milhões de euros. Cerca de 40% deste montante está concentrado na obrigação com maturidade a 15 de outubro de 2025.

O IGCP não revela um objetivo para o montante de dívida que pretende recomprar. A última operação de troca de dívida, que foi realizada a 10 de maio deste ano, contou com um movimento de 875 milhões de euros.

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