Lidl reclama 245 milhões de euros de impacto na produção nacional por via das exportações

Estudo da KPMG indica que retalhista exportou mais de 200 produtos de mais de uma centena de fornecedores nacionais para 29 países onde atua, contribuindo ainda para cerca de 5 mil empregos em 2022.

No ano passado, o Lidl exportou para 29 países cerca de 130 milhões de euros de produtos nacionais, tendo tido um impacto, direto e indireto, de 245 milhões de euros na produção nacional, uma subida de 12% face ao ano anterior. A cadeia retalhista contribuiu ainda para cerca de 5 mil empregos, um aumento de 8% em termos homólogos, segundo um estudo da KMPG conhecido esta quarta-feira.

“A ambição é sempre um caminho de crescimento”, diz Bruno Pereira, administrador de compras do Lidl, quando questionado pelo ECO sobre as ambições para 2023 ao nível das exportações. “O objetivo é termos mais produtos em mais mercados”, reforça, sem precisar metas durante um encontro com jornalistas para a apresentação de resultados do estudo de impacto do Lidl na produção nacional.

Atualmente, a cadeia exporta mais de 200 produtos de mais de 100 fornecedores nacionais para 29 dos 32 países onde está presente — apenas EUA, Sérvia e um país báltico estão excluídos –, com Alemanha, Espanha e França, os três principais mercados, valendo 57% das vendas ao exterior, seguidos do Reino Unido.

No pós-brexit, “tem sido bastante desafiante as exportações para este mercado. Mas neste momento estamos já adaptados”, diz Bruno Pereira.

Sobre o efeito que a recessão técnica na Alemanha possa vir a ter na evolução nas vendas deste tipo de produtos, Bruno Pereira comenta que “não [antecipa] que venha a ter impacto nas exportações para o mercado alemão”, comenta Bruno Pereira, sobre o principal mercado de exportação do Lidl.

O que exportam os fornecedores?

No top 3 de categorias mais relevantes na exportação do Lidl encontram-se as frutas e legumes, com 26,2 mil toneladas (+4,4 mil toneladas e +20% face ao período homólogo); os vinhos e licores, com 6,9 milhões de litros (+1,8 milhões de litros e +34% face ao período homólogo); e os legumes e leguminosas enlatados, com 22,6 mil toneladas (+14,2 mil toneladas e +169% face ao período homólogo).

Por outro lado, face há um ano, há categorias que mais do que duplicaram as quantidades exportadas face ao ano anterior: charcutaria (+435%), queijos (+253%) e peixe e conservas de peixe (+230%).

Impacto na criação de emprego

A KPMG estima que no ano passado, o retalhista alemã tenha tido através das exportações um impacto, direto e indireto, de 245 milhões de euros na produção nacional, representando 1,9% das exportações nacionais de produtos alimentares para a União Europeia. Por cada euro destinado à exportação foram gerados 1,87 euros na economia portuguesa, valor que se mantém estável face ao ano passado.

Os dados da consultora apontam ainda para a criação, de forma direta e indireta, de 4.932 empregos, mais 8% e 364 do que em relação ao ano anterior.

O maior impacto ao nível de criação de emprego faz-se sentir no setor de produção agrícola, com 2.363 empregos, ou seja, 48% dos postos de trabalho; seguido de produtos alimentares, com 1.179 (24%); pesca, com 663 empregos (14%); bebidas com 601 postos de trabalho (11%) e, por fim, outros 26 postos de trabalho (3%).

 

(Última atualização às 12h01)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Lidl reclama 245 milhões de euros de impacto na produção nacional por via das exportações

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião