Rússia perde título de principal fornecedor energético da UE para a Noruega no primeiro trimestre

Como resultado das sanções, a Rússia perdeu o título de principal fornecedor de petróleo e gás natural da UE, nos primeiros três meses do ano. Importações da Noruega subiram.

As importações de bens energéticos russos da União Europeia caíram substancialmente no primeiro trimestre deste ano, face ao mesmo período do ano passado, como resultado das sanções aplicadas a Moscovo na sequência da guerra na Ucrânia.

Tanto as importações de petróleo e produtos petrolíferos como gás natural vindos da Rússia — dois bens energéticos dos quais os 27 Estados-membros dependiam fortemente — abrandaram nos primeiros três meses do ano, fazendo com que Moscovo deixasse de ser o principal fornecedor energético da UE, indica o Eurostat, esta terça-feira.

Se, no primeiro trimestre de 2022, a Rússia era o maior fornecedor de petróleo e outros produtos petrolíferos, detendo uma quota de 26%, no primeiro trimestre de 2023, a quota da Rússia era apenas igual a 3,2%. A diferença traduz-se numa quebra de 22,8 pontos percentuais.

Em contrapartida, a Noruega, a Arábia Saudita e os Estados Unidos foram os países que mais viram as suas quotas aumentar no mesmo período, registando subidas de 3,8 pontos percentuais (p.p) para 13,3%, 3,4 p.p para 8,2% e 2,7 p.p para 13,1%, respetivamente. 38,1% do petróleo e produtos petrolíferos que chegam ao bloco no primeiro trimestre teve origens noutras fontes.

A situação foi semelhante para o gás natural, com os países da UE a recorrerem a outras fontes de abastecimento para se desvincularem do gás russo.

No primeiro trimestre de 2022, a Rússia era o maior fornecedor de gás natural dos 27, detendo uma quota de 38,8%, seguida da Noruega (38,1%). A situação inverteu-se no arranque do ano, com a quota de Moscovo a cair 21,4 pp para 17,4%, enquanto as quotas da Noruega (+8,0 pp), Argélia (+7,4 pp) e Reino Unido (+4,0 pp) aumentaram.

No que respeita ao gás natural liquefeito (LNG), a Rússia (18,1%) foi o segundo maior fornecedor da UE, atrás dos Estados Unidos (48,6 %), no primeiro trimestre de 2022. Em relação ao primeiro trimestre de 2023, a quota da Rússia diminuiu 4,9 pontos percentuais para 13,2%, mantendo-se como a segunda principal fonte de LNG da UE.

Ao mesmo tempo, as quotas da Noruega (+6,5 pontos percentuais), do Qatar e da Argélia (ambas +2,4 pontos percentuais) aumentaram, enquanto a quota dos Estados Unidos diminuiu 8,4 pontos percentuais. Ainda assim, Washington manteve-se como principal fornecedor de gás natural liquefeito aos 27.

A mudança de fornecedor primário na UE acontece ao mesmo tempo que se regista uma diminuição substancial de importações de energia. Segundo o Eurostat, nos primeiros três meses do ano, face aos primeiros três meses de 2022, registou-se uma diminuição de 9,2% em valor e uma diminuição de 3% em quantidade.

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