Amazónia deve ser “instrumento de negociação” com o mundo desenvolvido, diz Lula da Silva
O objetivo de Lula é "juntar" os países da América do Sul, mais a República Democrática do Congo, a República do Congo e a Indonésia, que também têm florestas tropicais, e formar uma frente comum.
O Presidente brasileiro, Lula da Silva, disse esta terça-feira que pretende unir todos os países amazónicos para transformar a maior floresta tropical do planeta num “instrumento de negociação com o mundo desenvolvido”. A afirmação, feita no seu programa semanal “Conversa com o Presidente”, marca um objetivo para a cimeira de líderes da região que terá lugar na cidade brasileira de Belém, nos próximos dias 8 e 9 de agosto.
“Queremos unir toda a Amazónia, na América do Sul, e fazer dela um instrumento de negociação com o mundo desenvolvido para que possamos desenvolver e gerar emprego para as pessoas que vivem na Amazónia: indígenas, pescadores, povos ribeirinhos”, explicou Lula da Silva.
O Presidente ressaltou a importância da população que vive no bioma, que no caso do Brasil é de cerca de 30 milhões de pessoas, a maioria em condições precárias, “ter dignidade nas suas vidas e ganhar um salário razoável”. “Precisamos discutir isso com o mundo desenvolvido”, insistiu Lula, que voltou a reclamar que as grandes potências não têm cumprido os seus compromissos ambientais no que respeita à libertação de recursos para os países em desenvolvimento.
Neste contexto, reforçou ser seu objetivo “juntar” todos os países da América do Sul e acrescentar a República Democrática do Congo, a República do Congo e a Indonésia, que também possuem áreas significativas de florestas tropicais, e formar uma frente comum nos fóruns internacionais. “Temos de criar a consciência de que a questão ecológica não é uma coisa sofisticada para meia dúzia de pessoas, é um bem económico extraordinário” e “queremos usar isso para negociar com o mundo”, frisou.
Lula da Silva considera ser possível tirar partido económico da Amazónia de uma forma sustentável, porque “com a investigação certa” é possível encontrar “coisas extraordinárias” para as indústrias farmacêutica e cosmética, entre outras. “Há um mundo inteiro à nossa frente e não devemos ter medo de o desbloquear. Temos de aproveitar este oceano de oportunidades”, disse, acrescentando: “O nosso maior património é a nossa floresta em pé”.
No passado sábado, juntamente com o seu homólogo colombiano, Gustavo Petro, Lula encerrou uma reunião técnica com representantes dos países do arco amazónico na cidade de Letícia, que serviu para preparar a cimeira de Belém.
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