Empresas portuguesas em Angola vão estar “na linha da frente” nos setores do turismo, indústria e agroalimentar
O embaixador português em Luanda destaca a presença contínua das empresas portuguesas em Angola, tanto nos momentos prósperos quanto nos desafiadores. Destaca a importância de aguardar para avaliar.
O embaixador português em Luanda disse nesta terça-feira que as empresas portuguesas em Angola estão presentes “nas horas boas e menos boas”, sendo preciso “esperar para ver” os efeitos das medidas do governo angolano para ultrapassar a conjuntura adversa.
Francisco Alegre Duarte falava aos jornalistas após um encontro de empresários portugueses e angolanos organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola. O diplomata destacou o balanço positivo até meados de 2023, que culminou com a ida do primeiro-ministro António Costa a Angola, com “um sinal de confiança inequívoco à economia de Angola” que se traduziu num reforço do financiamento de 1.500 milhões para 2.000 milhões de euros. “Uma grande ajuda para Angola e para as empresas portuguesas“, numa altura em que a capacidade de financiamento externo está “em retração”, acrescentou.
Sobre as dificuldades que se colocam atualmente às empresas, confirmou que a conjuntura é “mais adversa”, verificando-se nas últimas semanas uma depreciação acentuada do kwanza e tendência de subida da inflação, mas acredita que as medidas que estão a ser tomadas pelo governo angolano vão ter efeito. “Temos de esperar um pouco para ver”, disse o responsável, frisando que as empresas portuguesas que estão em Angola “estão nas horas boas e más, nas horas boas e menos boas”, indicando que as dificuldades e os problemas se podem transformar em oportunidades. “Acho que esta conjuntura mais difícil é um incentivo para concretizarmos a diversificação económica em Angola em setores chave como o agroalimentar, indústria ou turismo“, sugeriu, afirmando que as empresas portuguesas e de capitais mistos estarão na linha da frente nestes setores.
Sobre o pacote de medidas aprovado na sexta-feira pelo governo angolano, que além de medidas de apoio a produção nacional e estímulos a economia, contempla também medidas fiscais e cortes no investimento, considerou “natural que num contexto de escassez de divisas haja dificuldades acrescidas”. Ainda assim deixou uma mensagem de “serenidade e confiança” aos empresários: “estamos em contacto permanente com as nossas empresas, estamos a acompanhar de perto e a ouvir os nossos empresários, vamos esperar para ver”.
O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola (CCIPA) considerou também que as empresas apesar de “naturalmente receosas” são capazes de reagir ao atual contexto económico. “O mais importante é saberem reagir aos desafios”, disse o responsável desta estrutura associativa sublinhando que a palavra-chave é “incerteza” já que não se sabe se a atual conjuntura será de curto, médio ou longo prazo.
“As empresas estão a ser cautelosas, mas não quer dizer que não acreditem que melhores tempos virão. Obviamente têm de ser resilientes e as empresas portuguesas têm estado em Angola numa perspetiva de longo prazo”, concluiu.
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