Exclusivo BPI lança academia para captar novos talentos em Inteligência Artificial
Em setembro arranca o programa de formação em IA, chamado Academia DTI, que inclui também estágios remunerados. Há 16 vagas para os futuros data scientists do banco.
Ciente de que é uma área que está já a revolucionar o setor bancário e que terá um impacto transformador na capacidade de servir os clientes, o BPI está empenhado em potenciar a área de Inteligência Artificial (IA) do banco. Precisa dos melhores talentos e, para isso, a estratégia delineada passa por formá-los já ‘dentro de casa’. Em setembro arranca um programa de formação em IA, chamado Academia DTI (Data, Transformação, Impacto), com a duração de 12 meses. Além da formação, está incluído um estágio remunerado que consiste no desenvolvimento prático de uma atividade funcional numa área core do banco. Há 16 vagas para os futuros data scientists do BPI.
“A Academia DTI tem como objetivo captar novos talentos para a área da Inteligência Artificial do BPI. (…) Trata-se de uma aposta diferenciadora do BPI numa área que está a revolucionar o setor bancário e terá um impacto transformador na capacidade de servir os nossos clientes, permitindo níveis de personalização, eficiência e de serviço ímpares”, explica Ricardo Chaves, diretor executivo do Centro de Excelência em Inteligência Artificial (CEIA), que tem como missão a transformação do BPI em “AI first”, em declarações ao Trabalho by ECO.
“O programa de formação tem a duração de 12 meses e é remunerado. Os primeiros três meses são dedicados à aquisição de competências em áreas centrais da Inteligência Artificial, muito focado na preparação dos data scientists para um contexto de utilização de machine learning industrial e em escala. A formação será composta por um programa único e exclusivo, desenhado à medida e certificado, lecionado por entidades do mundo académico e tecnológico de topo, incluindo a integração em equipas do CEIA, em ambiente real. Segue-se um estágio de nove meses, no qual os participantes trabalharão integrados nas equipas que estão a conduzir os casos de uso que fazem parte do plano de transformação do banco”, detalha o responsável.
O público alvo são jovens finalistas e recém-diplomados de disciplinas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), que procuram trabalhar na área da Inteligência Artificial, em campos como advanced analytics, machine learning, deep learning, natural language processing e generative AI.
O banco considera que os perfis STEM são, tipicamente, os que estão mais preparados para entrarem num contexto industrial e de escala como o que está a ser implementar no BPI. “Esta é uma atividade tecnicamente exigente e que não é possível realizar com qualidade e impacto sem bases técnicas sólidas”, acredita Ricardo Chaves.
Mas salienta: “Existem sempre casos que, não vindo de um percurso académico tão ‘óbvio’, têm um talento, ou desenvolveram paralelamente algumas competências base, que os tornam aptos para um desafio como este. Quando assim é, ganhamos também em diversidade de perfis, sem compromisso da qualidade pretendida, o que valorizamos muito. Nessa medida, encorajamos todos os candidatos de diferentes origens, que se sintam capacitados, a se inscreverem e realizarem os testes de aptidão.”
Para esta primeira edição da Academia DTI existem 16 vagas. Os interessados podem obter mais informações e aceder ao processo de candidatura aqui.
O programa de formação, que vai decorrer presencialmente, arranca a 18 de setembro, estando prevista uma semana de pre-work em modo remoto a iniciar a 11 de setembro.
Impacto da IA na gestão de talento
O Centro de Excelência em Inteligência Artificial tem a missão de transformar o BPI em “AI first”, promovendo a adoção generalizada e em escala de IA em todas as funções chave do banco. Uma estratégia que acaba por impactar a atração e retenção de talento, mas que Ricardo Chaves acredita ser um trunfo.
“Admitimos que o nosso posicionamento aumente muito o interesse dos candidatos em juntar-se a esta equipa e ao nosso projeto. No BPI, os data scientists são integrados em equipas multidisciplinares que asseguram a entrega dos casos de uso transformacionais em todas as suas dimensões, as quais vão muito além do mero desenvolvimento de modelos. Um caso de uso, para se tornar realidade, implica muitas vezes evoluções tecnológicas, transformação de processos, testes de negócio, desenvolvimento de novos produtos e abordagens, sendo os candidatos parte da equipa integrada que tem a responsabilidade de transformar a operação do banco e garantir que se atinge o impacto pretendido”, explica.
“A sensação de relevância e obra feita que resulta de estar próximo do impacto torna a experiência que se vive no BPI diferenciadora relativamente a um ambiente mais teórico ou distante dos clientes finais“, defende o diretor executivo do CEIA.
Uma parte muito significativa desta transformação passa por desonerar os colaboradores de trabalhos burocráticos e de menor valor acrescentado, libertando-os para atividades de relacionamento e aconselhamento, onde fazem a diferença.
Também ao nível das próprias funções dos colaboradores, o impacto da IA já começa a ser sentido. “Uma parte muito significativa desta transformação passa por desonerar os colaboradores de trabalhos burocráticos e de menor valor acrescentado, libertando-os para atividades de relacionamento e aconselhamento, onde fazem a diferença”, explica Ricardo Chaves.
“No BPI temos uma preocupação permanente em servir sempre melhor os nossos clientes. Isso significa servi-los de forma mais personalizada, com ofertas que lhes interessam e aconselhamento contextualizado, nos canais da sua preferência. Ao mesmo tempo, procuramos que a utilização dos serviços do banco seja o mais simples e intuitiva possível, acessível a qualquer hora e em qualquer canal. A inteligência artificial tem enorme impacto na nossa capacidade coletiva de atingir estes objetivos, existindo em todos os colaboradores uma enorme convicção de que a mesma lhes permitirá fazer mais e melhor pelos clientes”, continua.
Áreas como o serviço a clientes (designadamente, conversacionais), marketing e vendas (produção de conteúdos, desenvolvimento de produtos e abordagens comerciais), desenvolvimento de software (programação através de instruções em linguagem natural, conhecida como ‘prompting’) e R&D (por exemplo comparação de produtos e sistematização de informação) verão o seu modelo de operação ser profundamente transformado, e num prazo muito curto, estima o responsável pelo CEIA.
E acrescenta: “Em muitas destas áreas, só serão produtivas as pessoas que se tenham adaptado a trabalhar com recurso à Inteligência Artificial, exigindo das mesmas uma enorme abertura para o desenvolvimento de novas competências e adaptação a outras formas de trabalhar.”
“Riscos relevantes na sombra das enormes oportunidades”
Questionado sobre o uso do ChatGPT — que já foi proibido em algumas empresas — Ricardo Chaves recorda que estamos a falar de uma área nova e, como tal, acarreta “riscos relevantes na sombra das enormes oportunidades que descobre”.
Para já, o banco está “proativamente a identificar as áreas de maior impacto e a levantar os casos de uso prioritários, em paralelo a um esforço de identificar quais as condições (infraestrutura, regras de utilização e controlo, ética) que assegurem que os riscos de utilização desta tecnologia estão sempre identificados e controlados“, avança.
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