Sindicato tenta travar acordo com a Menzies na Groundforce
Os trabalhadores do STAMA manifestaram “insatisfação relativamente ao que foi alegadamente negociado com os outros sindicatos, com a massa insolvente, e a TAP Air Portugal”.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção e Aviação (STAMA) decidiu esta terça-feira, em plenário, tentar travar os acordos assinados entre os outros sindicatos e a Menzies, que comprou a insolvente Groundforce.
“Os trabalhadores não veem com bons olhos [os acordos] e decidiram que irão tentar reverter as procurações a apresentar no Tribunal do Comércio, para que não se aceite os documentos assinados pelos outros sindicatos”, disse à Lusa o dirigente do STAMA, João Varzielas, após um plenário, que decorreu no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
Segundo o responsável sindical, os trabalhadores presentes manifestaram “insatisfação relativamente ao que foi alegadamente negociado com os outros sindicatos, com a massa insolvente, e a TAP Air Portugal”.
Em 12 de julho, dois sindicatos e a Menzies, o novo investidor na empresa de handling Groundforce, chegaram a acordo para a resolução de várias questões, como as tabelas salariais, sendo que, neste caso, foi possível, para este ano, a integração do complemento extraordinário e temporário (CET) no vencimento base dos trabalhadores, o que “funcionará também como ponto de partida para 2024”.
Na nota, assinada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) e pelo Sindicato dos Técnicos de Handling e Aeroportos (STHA), as estruturas sindicais anunciaram que “depois de cinco reuniões de intensas negociações com a Menzies, com naturais avanços e recuos decorrentes das dinâmicas negociais”, o encontro “permitiu alcançar um acordo de princípios” que consideram “extremamente satisfatório para os trabalhadores”.
No dia seguinte, o STAMA manifestou-se contra o acordo, defendendo que “não acautela os interesses dos trabalhadores”. Em declarações à Lusa, Fernando Simões, dirigente do STAMA, disse que “há uma forte discordância” em relação ao “que foi tornado público”.
“À partida, neste momento, da nossa parte, não há ainda acordo”, destacou, indicando que “o cenário da greve está em cima da mesa” e “vai ser decidido pelos trabalhadores”, sendo que o STAMA está “a agilizar plenários para apresentar a globalidade do que aconteceu na reunião”.
De acordo com a nota divulgada na ocasião, o acordo alcançado entre os dois sindicatos e a empresa prevê também, para o período entre 2024 a 2026, o “aumento anual das tabelas salariais, ligado ao IPC (inflação anual)”, de forma a garantir a execução da proposta dos sindicatos, “de 140 euros em cada grau nos três anos”.
Por sua vez, “o subsídio de refeição aumenta para 8,70 euros/dia, ligado ao aumento de uma hora na amplitude do almoço e do jantar e de 30 minutos no pequeno-almoço”, entre outras medidas. A TAP e a Menzies Aviation celebraram, em abril, um acordo para a “recuperação e revitalização da Groundforce”, empresa declarada insolvente em agosto de 2021.
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