Amazónia “não é um tesouro a saquear”, avisa Lula
A cimeira reúne os oito países amazónicos e as conversas serão estendidas aos países convidados, entre os quais Indonésia, República do Congo e República Democrática do Congo.
O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que a Cimeira da Amazónia iniciada esta terça-feira em Belém marcará um “antes e um depois” na história da região. “Tenho convicção de que a história da Amazónia será medida a partir deste encontro. Que haverá um antes e um depois”, disse Lula da Silva na cimeira em que participam líderes dos oito países da região.
O dirigente brasileiro, anfitrião da cimeira, sublinhou que a Amazónia “não é um tesouro a saquear” onde os recursos podem ser explorados em benefício de poucos e previu que a floresta será um passaporte para os países da região estabelecerem uma nova relação com o mundo. Lula da Silva destacou que até agora era o mundo que opinava sobre a maior floresta do planeta e, a partir de agora, “é a Amazónia que levanta a voz para falar ao mundo”.
O Presidente brasileiro reviu a história, lamentando que um sistema internacional imposto de fora tenha atribuído aos países latino-americanos um papel de produtores de matérias-primas e, na Amazónia, os sucessivos ciclos económicos “geraram prosperidade para poucos, pobreza para muitos” e “destruição ambiental”.
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Para mudar esse cenário, o chefe de Estado brasileiro destacou que não é possível resolver a situação da Amazónia “sem resolver os problemas estruturais” que afetam os 50 milhões de pessoas que vivem na região, como a falta de água potável, a fome e a insegurança causadas pelas organizações criminosas transnacionais.
Lula da Silva tem defendido a atribuição de recursos próprios à Organização do Tratado de Cooperação Amazónica (OTCA), a “revitalização” do Parlamento Amazónico e a promoção da participação de jovens, mulheres e indígenas nas discussões.
A cimeira reúne os oito países amazónicos e na quarta-feira as conversas serão estendidas aos países convidados, entre os quais Indonésia, República do Congo e República Democrática do Congo, que têm grandes áreas de floresta tropical.
São Vicente e Granadinas também estarão presentes nesta cimeira ampliada por ocupar atualmente a presidência ‘pro tempore’ da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), assim como a França, pela Guiana Francesa, Alemanha e Noruega, contribuintes do Fundo Amazónia, que promove projetos sustentáveis ??na região.
Este é o quarto encontro de líderes da OTCA, criado em 1995 e integrado pelos oito países amazónicos (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), e o primeiro desde 2009.
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