Milhares de pequenos acionistas levam aos tribunais venda do Credit Suisse ao UBS
Uma das ações coletivas alega que o UBS obteve um "lucro excessivo" numa transação que lhe era "altamente vantajosa".
Milhares de pequenos acionistas do Credit Suisse entraram esta segunda-feira com uma ação judicial, na Suíça, pedindo uma compensação por perdas resultantes da operação de fusão do Credit Suisse pelo banco UBS.
Gisèle Vlietstra, uma das pequenas acionistas que intentaram a ação judicial, explicou que a Associação Suíça para a Proteção dos Acionistas apresentou uma ação judicial no Tribunal de Comércio de Zurique em nome dos acionistas por si representados.
Trata-se, sobretudo, de acionistas de nacionalidade suíça que se reuniram nesta associação para poderem participar no processo judicial movido contra a forma como se realizou a operação de resgate do banco Credit Suisse pelo seu congénere UBS.
Além desta associação, a Legalpass apresentou uma outra ação coletiva em nome de 3.000 pequenos acionistas do Credit Suisse, que alegam que o UBS obteve um “lucro excessivo” numa transação que lhe era “altamente vantajosa” e que foi apoiada pelo governo suíço, receoso do impacto sistémico que uma eventual falência do Credit Suisse poderia ter na economia do país.
A Fundação Ethos, que representa os interesses dos acionistas institucionais na Suíça, por seu lado, também se juntou a este segundo processo judicial contra a fusão entre o Credit Suisse e o UBS.
O banco Credit Suisse foi vendido por 3.100 milhões de euros, quando na Bolsa de Valores suíça valia mais de 7.000 milhões de euros, um negócio que estabelecia que os seus acionistas receberiam uma ação do banco UBS por cada 22 ações do Credit Suisse.
Este cálculo deu a cada ação do Credit Suisse um valor de 0,76 cêntimos de franco suíço, apesar de, no último dia de negociação em bolsa, antes de o UBS anunciar a aquisição, estar a ser negociada a 1,86 francos suíços. Gisèle Vlietstra explicou também que o que está agora a ser pedido à justiça suíça é que permita nomear um perito independente que reveja o valor da conversão e proponha uma correção no preço das ações.
“Também queremos enviar um sinal ao mercado financeiro, em apoio da reputação da Suíça e de respeito pelas regras em vigor”, esclareceu a acionista.
Outros processos foram também apresentados em diversos tribunais suíços contra a decisão das autoridades nacionais responsáveis pela regulação dos mercados financeiros de anular por completo o valor dos empréstimos AT1 do Credit Suisse, no montante de 16 mil milhões de euros.
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