Julgamento de Trump agendado para março de 2024

O julgamento de Donald Trump relativamente às acusações de tentar alterar o resultado das eleições presidenciais norte-americanas de 2020 já tem data marcada. Será a 4 de março de 2024, véspera do início do processo de nomeação do candidato do Partido Republicano para a corrida à Casa Branca, anunciou esta segunda-feira a juíza federal Tanya Chutkan.

A defesa de Donald Trump pedia que o julgamento fosse em abril de 2026, mas a juíza considerou a data “muito além” do necessário. “Julgar este caso mais de cinco anos depois corre o risco de que as testemunhas fiquem indisponíveis ou que as suas memórias desvaneçam”, argumentou Tanya Chutkan.

O calendário estabelecido pela juíza federal de Washington significa que o primeiro julgamento de Trump será para o processo de subversão eleitoral, em relação ao qual o antigo presidente se declarou inocente no início deste mês.

Neste caso é acusado de conspirar para defraudar os EUA, conspirar para obstruir um processo oficial (designadamente, o processo de certificação de voto no Capitólio em 6 de janeiro de 2021), de obstruir um processo oficial e de se envolver numa conspiração contra direitos civis (relacionada com tentativas de reverter a seu favor os resultados em diferentes estados nas eleições de 2020).

Significa isto que o julgamento vai ocorrer em plena campanha para as primárias republicanas de 2024, já que, no mesmo dia, é a convenção do Partido Republicano na Dakota do Norte e, no dia seguinte (5 de março), os republicanos do Alabama, Alasca, Arkansas, Califórnia, Colorado, Maine, Massachusetts, Minnesota, Carolina do Norte, Oklahoma, Tennessee, Texas, Utah, Vermont e Virgínia escolhem o candidato do partido para concorrer à Casa Branca.

Este julgamento diz respeito apenas a um dos quatro processos criminais que o ex-presidente dos EUA enfrenta. Para 25 de março de 2024, está marcado o julgamento, em Nova Iorque, do processo em que Trump é acusado de, alegadamente, ter ocultado um pagamento a Stormy Daniels, atriz de filmes pornográficos. Chutkan disse que iria consultar o juiz desse caso para resolver potenciais conflitos de agenda.

A 20 de maio do mesmo ano, na Florida, o antigo presidente norte-americano responderá por alegada retenção de documentos confidenciais da Casa Branca, aquando da sua saída do poder, enquanto o julgamento do quarto processo criminal, que se baseia na alegada tentativa de interferência eleitoral na contagem de votos do estado da Geórgia, durante as eleições de 2020, ainda não está agendado.

Depois de se ter entregado às autoridades da Geórgia, na prisão de Fulton County, em Atlanta, na passada quinta-feira, Trump não compareceu à audiência desta segunda-feira. Anteriormente, acusou Chutkan, sem provas, de ser tendenciosa.

(Notícia atualizada às 18h10)