Acordo na Autoeuropa tira 5% do salário aos trabalhadores
"Chegámos a acordo", disse Rodrigo Nogueira, coordenador da comissão de trabalhadores da empresa, acerca dos termos do lay-off durante a paragem de produção na fábrica de Palmela.
As negociações entre a Comissão de Trabalhadores (CT) e a administração da Autoeuropa terminaram com um acordo sobre as medidas a implementar durante as nove semanas de paragem de produção na unidade da Volkswagen em Palmela, devido à falta de uma componente vinda da Eslovénia.
Segundo um comunicado da CT, foi acordado um “complemento da contribuição retributiva legal a 80% da remuneração base, incluindo subsídio de turno”, a par com uma “compensação de 15% resultante da ferramenta de flexibilidade de down days, equivalente a um total de seis, com aplicação individual proporcional durante o período de lay-off“. Os trabalhadores perder assim 5% da remuneração atual.
A estas condições acresce a garantia do regresso dos trabalhadores temporários quando a produção voltar a normalizar, afirmou o coordenador da comissão de trabalhadores, Rodrigo Nogueira, em declarações aos jornalistas, transmitidas pela RTP3.
“Garantimos que esta paragem não tenha impacto no nosso prémio de objetivos, que é significativo em termos de produtividade e de volume de produção, e mantivemos o prémio de assiduidade para todos os trabalhadores“, que equivale a 40 euros, acrescentou.
As conversas sobre os termos do lay-off tiveram início na segunda-feira e prolongaram-se durante esta terça-feira, com a segunda reunião a arrancar por volta das 10 horas e a terminar já depois das 15 horas. “Nestes processos, a empresa quer dar sempre o menos possível e os trabalhadores querem sempre o mais possível. Penso que chegámos a um meio-termo“, afirmou Rodrigo Nogueira, ressalvando, porém, que a empresa “teria condições” para dar mais do que aquilo que deu.
O representante da CT da Autoeuropa disse ainda desconhecer as soluções que o Governo disse estar à procura, nomeadamente junto de fornecedores da indústria nacional, para mitigar a paralisação, mas que “tudo o que se possa fazer para ajudar é sempre bem-vindo”. Rodrigo Nogueira pede antes ao Executivo que acabe com a lei do lay-off, algo que ajudaria “não só os trabalhadores da Autoeuropa como os de todo o país”.
Na semana passada, a administração da empresa informou os trabalhadores de que a fábrica de Palmela, em Setúbal, deverá parar durante “algumas semanas”, vindo a saber-se que seriam, concretamente, nove semanas, a contar a partir de 11 de setembro.
A suspensão no fabrico de automóveis deve-se à falta de componentes necessárias que vinham de um fornecedor na Eslovénia, afetado pelas cheias em agosto. Depois, a administração anunciou que iria aplicar o lay-off durante a paragem de produção e que, “lamentavelmente”, iria rescindir os contratos a termo incerto.
(Notícia atualizada pela última vez às 17h21)
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