Lagarde insiste que “governos devem continuar a retirar medidas de apoio à economia”
A presidente do BCE abriu a porta a um fim do ciclo de subidas das taxas de juro, mas salientou a importância de os governos retirarem os apoios à economia para trazer a inflação até aos 2%.
A presidente do Banco Central Europeu (BCE) voltou a sinalizar a importância de os governos da Zona Euro reduzirem as medidas de apoio a empresas e famílias, à medida que a crise energética se for dissipando.
“Isto é essencial para evitar o aumento das pressões inflacionistas a médio prazo, que, de outro modo, exigiriam uma reação ainda mais forte da política monetária”, anunciou Christine Lagarde na conferência de imprensa após o anúncio do décimo aumento das taxas de juro desde julho do ano passado e ter aberto a porta para o fim deste ciclo de subidas.
Para a presidente do BCE, “as políticas orçamentais devem ser concebidas para tornar a nossa economia mais produtiva e para reduzir gradualmente a elevada dívida pública.”
Recorde-se que, de acordo com o comunicado do BCE publicado esta quinta-feira, “as projeções macroeconómicas de setembro para a área do euro elaboradas por especialistas do BCE indicam uma inflação média de 5,6% em 2023, 3,2% em 2024 e 2,1% em 2025, o que representa uma revisão em alta para 2023 e 2024 e uma revisão em baixa relativamente a 2025″, refere o BCE.”
Lagarde reforçou a ideia de que a inflação continua a estar “demasiada elevada durante demasiado tempo” e que, por isso, o “BCE continua empenhado em baixar a taxa de juro para 2%”, considerando que a subida das taxas de juro diretoras anunciadas esta quinta-feira vão nesse sentido.
Além disso, a presidente da autoridade monetária da Zona Euro citou o comunicado do BCE ao anunciar que “o Conselho do BCE considera que as taxas de juro diretoras atingiram os níveis que – se forem mantidos durante um período suficientemente longo – darão um contributo substancial para o retorno atempado da inflação ao objetivo.”
Sobre a economia europeia, Lagarde referiu que o crescimento dos 20 países da moeda única continua a ser moderado e que os dados mais recentes sugerem “um crescimento mais fraco no terceiro trimestre”, sublinhando que “os riscos para o crescimento económico estão inclinados para o lado negativo.”
Lagarde referiu que o “mercado de trabalho tem-se mantido resistente, apesar do abrandamento da economia”, mas que o setor dos serviços, que tem sido um dos principais motores do crescimento do emprego desde meados de 2022, “está agora também a criar menos postos de trabalho.”
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