BPI avança em tribunal para recuperar 5,1 milhões que emprestou à EIP

Histórico fornecedor da rede elétrica avançou para PER, que perdoou quase 80 milhões de dívida bancária em 2021. BPI rejeitou processo e agora tenta recuperar 5 milhões pela via judicial.

O BPI avançou esta semana com uma ação em tribunal para recuperar 5,1 milhões de euros que emprestou à EIP – Eletricidade Industrial Portuguesa. O banco liderado por João Pedro Oliveira e Costa foi um dos credores que rejeitou o processo especial de revitalização (PER) do histórico fornecedor da rede elétrica aprovado em 2021.

Com uma dívida total de 186 milhões de euros, a EIP conseguiu um perdão da banca na ordem dos 80 milhões de euros no âmbito do processo de revitalização aprovado há mais de dois anos.

O Novobanco e a Caixa Geral de Depósitos (CGD) foram as instituições financeiras mais afetadas pelo haircut da dívida bancária, que ascendia a 138 milhões de euros. Estes dois credores acabaram por aprovar o PER que a EIP considerava ser a melhor alternativa para os bancos recuperarem algum dinheiro, sobretudo através da entrega de empresas do grupo, mas nem todos concordaram.

Para o BPI, o perdão implicava que só receberia 4% de um crédito de cerca de 5,6 milhões de euros. Juntamente com o Santander, que se encontrava numa situação semelhante, o banco de Oliveira e Costa acabou por votar contra o PER na assembleia de credores realizada em abril de 2021. Mas prevaleceram os votos a favor dos maiores credores e o PER foi aprovado.

O ECO contactou o BPI sobre este processo de execução, mas não obteve uma resposta até à publicação deste artigo.

A EIP é um dos mais antigos fornecedores de equipamentos para a rede elétrica nacional, tendo como clientes a EDP, a REN e a Infraestruturas de Portugal. Além de Portugal, também tem atividade internacional, designadamente em Espanha, França, EUA, Angola, Argélia e Venezuela.

Visabeira compra parte do negócio

O PER aprovado em abril de 2021 tinha como objetivo manter as operações da empresa, em face das dificuldades que se foram avolumando quando o pagamento da dívida que acumulou para financiar a expansão internacional se tornou insustentável.

Uma das formas de reembolsar os bancos passava pela alienação de alguns ativos internacionais, designadamente EUA (J.F. Edwards Construction Company) e Espanha (Tensa), que se encontravam avaliados em cerca de 13 milhões de euros, pela entrega da empresa EIP Serviços aos bancos e também por via da recuperação do negócio que tinha em perspetiva.

Em 2021, a EIP Serviços acabou por absorver vários negócios da EIP, incluindo algumas operações em Portugal (como a construção e manutenção de linhas de transporte de energia e de subestações e sistemas), Angola e França.

Já no início deste ano a empresa Visapower, do grupo Visabeira, fechou a compra da EIP Serviços, com cerca de 250 trabalhadores, enquanto a EIP prosseguiu o seu PER com o restante património e passivo.

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