Desemprego dispara 4,4% em agosto e afeta os mais jovens
O mercado de trabalho contraiu pela segunda vez este ano na variação homóloga, segundo os dados de agosto do Instituto do Emprego e Formação Profissional.
O desemprego disparou 4,4% em agosto em comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo as estatísticas do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) publicadas esta quarta-feira. Este é o segundo mês consecutivo de aumento do desemprego, na variação anual, após meses de redução o que indicia uma inversão da tendência no mercado de trabalho.
Os centros de emprego tinham 295.361 inscritos no mês passado: são mais 12.514 ou 4,4% em relação ao período homólogo. Em julho, o desemprego já tinha subido 2,5% na variação anual. Ou seja, agosto é o segundo mês de agravamento. Ainda assim, o Ministério do Trabalho revela, em comunicado, que o número de pessoas inscritas no IEFP no mês de agosto é “o segundo menor valor de sempre em termos homólogos”.
O desemprego subiu sobretudo junto dos jovens com menos de 25 anos: há mais 1.356 inscritos ou mais 4,8% em comparação com o período homólogo. Enquanto os trabalhadores sem emprego com idade igual ou superior a 25 anos aumentaram 4,4%. Contudo, os desempregados desta faixa etária continuam a ser os mais numerosos. Dos 295.361 inscritos, 90% ou 265.712 têm mais de 25 anos, enquanto os mais jovens são apenas 29.649 ou 10% do total.
O desemprego de curta duração, isto é, inferior a 12 meses, é o mais preponderante e também foi o que mais cresceu. Do total de trabalhadores sem emprego, 179.691 ou 60,8% estavam inscritos nos centros de emprego há menos de um ano. Em agosto, este tipo de desemprego disparou 17,8%: ou seja, há mais 27.106 desempregados. Pelo contrário o desemprego de longa duração diminuiu 11,2% para 115.670 inscritos, o que corresponde a 39,2% do total.
A tutela liderada pela ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, congratula-se com este resultado, Em comunicado, refere que “o desemprego de longa duração teve, em agosto, uma diminuição de 11,2% face ao mesmo mês de 2022”. “Há menos 14.592 pessoas nesta situação, número que é o mais baixo de sempre no mês em referência. O desemprego de longa duração conhece, assim, uma redução do peso no desemprego total”, sublinha.
Esta realidade pode assim indiciar que o aumento do desemprego em agosto resultou de vínculos precários, isto é, contratos a termo certo ou incerto que chegaram ao fim e de efeitos de sazonalidade.
Por grupo de profissões, mais de um quarto (26,6%) do desemprego registado afeta os trabalhadores não qualificados: são 75.355. A seguir ao pessoal administrativo, cujo desemprego subiu 9,1%, as profissões com baixas qualificações foram as segundas que mais viram o desemprego aumentar em termos homólogos: 8,6%.
A nível regional, no mês de agosto, e com exceção dos Açores (-14,6%) e da Madeira (-28,0%), o desemprego aumentou em termos homólogos, com o valor mais acentuado na região do Algarve (+11,3%).
Quanto à atividade económica de origem do desemprego, dos 255.438 que, no final do mês em análise, estavam inscritos como candidatos a novo emprego no Continente, 73,1% tinham trabalhado em atividades nos serviços, com destaque para as atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio, que representam 32,7% do desemprego registado; 20% eram provenientes do setor secundário, isto é, da indústria, com particular relevo para a a área da construção” (6,3%). Ao setor agrícola, pertenciam 4,4% dos desempregados.
As ofertas de emprego por satisfazer totalizavam 16.034, o que corresponde a uma diminuição de 5 260 ofertas ou 24,7% face ao período homólogo do ano passado. O Ministério do Trabalho destaca ainda, na mesma nota, que, “em agosto, houve 6.532 colocações, mais mais 558 que no mês homólogo de 2022”.
(Notícia atualizada às 12h12)
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