Goldman Sachs revê em 7,5% preço do Brent e coloca barril nos 100 dólares em 2024

Maior contração da oferta deverá impulsionar preço do petróleo Brent nos próximos meses, mas o Goldman Sachs considera que não será suficiente para iniciar uma nova escalada do preço do ouro negro.

Desde junho que a cotação do barril de Brent acumula uma subida de 35%, muito por conta dos sucessivos cortes na produção por parte dos países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). No entanto, os efeitos destas decisões não foram ainda totalmente assimilados pelo mercado.

Na semana passada, a Agência Internacional da Energia (AIE) anunciou que os cortes na produção de petróleo anunciados pela Arábia Saudita e a Rússia vão prolongar-se até ao final de 2023, o que “implicará um défice substancial do mercado até ao quarto trimestre deste ano.”

Com base nestes dados, o Goldman Sachs reviu em 7,5% o preço do barril de Brent (petróleo que serve de referência para Portugal e restantes países europeus) para os próximos 12 meses, dos anteriores 93 dólares por barril para 100 dólares, “uma vez que esperamos agora uma redução ligeiramente mais acentuada dos stocks“, refere Daan Struyven, analista do banco de investimento, numa nota enviada aos clientes esta quarta-feira.

Além disso, Daan Struyven e a sua equipa revelam que, “de um modo geral, acreditamos que a OPEP será capaz de manter o Brent num intervalo de 80 a 105 dólares em 2024, tirando partido do crescimento robusto da procura global centrada na Ásia e exercendo o seu poder de fixação de preços de forma assertiva.

Considerando que atualmente a cotação do barril de Brent está nos 93,26 dólares, as novas previsões do Goldman Sachs apontam para que a maioria da subida do preço do petróleo já tenha sido incorporada.

A sustentar o teto máximo das novas previsões do Goldman Sachs estão, essencialmente, três variáveis:

  • Embora a oferta de petróleo dos EUA seja mais disciplinada em termos de capital do que há uma década, a tendência ascendente das despesas de investimento e da oferta nos últimos três anos e a recente inflexão nas plataformas confirmam o seu dinamismo.
  • A elevada capacidade disponível de produção e o regresso da aposta em projetos offshore limitam a subida dos preços do petróleo a longo prazo.
  • É pouco provável que a OPEP faça subir os preços para níveis extremos, o que destruiria a sua procura residual a longo prazo.

Daan Struyven antecipa também que não será provável que o Brent desça abaixo dos 80 dólares por barril no próximo ano, devido à forte posição da OPEP. Mas não só.

O analista do Goldman Sachs considera que a política energética ocidental tem agora menos margem de manobra para combater os preços elevados, “dada a diminuição das reservas estratégias de petróleo e da diminuição da capacidade de produção do Irão”; e porque acredita que a economia mundial deverá enfrentar uma “aterragem suave” e não uma recessão.

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