“Sim, é possível baixar os impostos”. Moedas avisa o Governo

Carlos Moedas afirma, perante o primeiro-ministro António Costa, que é possível baixar impostos e "é possível não trabalhar apenas para alimentar a máquina do Estado".

Carlos Moedas promete uma nova descida de impostos para os lisboetas em 2024. Na intervenção do 5 de outubro, o presidente da Câmara de Lisboa deixa uma mensagem ao Governo em vésperas da apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2024: “Sim, é possível baixar os impostos. Sim, é possível diminuir os obstáculos à vossa vida. É possível não trabalhar apenas para alimentar a máquina do Estado“.

Em Lisboa, garante Moedas, a redução de IRS municipal vai manter-se. “Em Lisboa estamos a baixar os impostos há dois anos. E para o ano baixaremos mais um ponto percentual devolvendo aos Lisboetas 4,5% do seu IRS”.

Num discurso claramente de confronto com o Governo, com Augusto Santos Silva e com a esquerda parlamentar, Carlos Moedas fez um discurso de líder da oposição, nos domínios político, económico e social. A abrir, o presidente da Câmara de Lisboa anuncia que vai haver uma celebração do 25 de novembro. “Podemos fazer deste 5 de outubro mais uma data celebrada pelos políticos, mas de certa forma ignorada pelas pessoas. Ou podemos olhar para ela como um tiro de partida para algo melhor. Aproveito para anunciar que para além da data histórica do 25 de Abril festejaremos também com uma grande iniciativa o 25 de Novembro. Porque todas as datas contam“, afirmou Moedas. Um anúncio sem aplausos dos representantes políticos da esquerda na cerimónia do 5 de novembro.

Moedas assinalou que há um divórcio entre os políticos e os cidadãos. “Discursos que por vezes parece que falam de um país imaginário onde não vivem as pessoas reais. Um país que as pessoas não veem, não sentem, não vivem“, numa referência implícita ao discurso oficial do Governo e do PS. “Há um vazio, capturado pelas minorias barulhentas e os ativismos radicais. À falta de um ativismo social moderado que dê respostas concretas, é a estes que as pessoas se agarram“, acrescentou. “Quem fomenta esses radicalismos arrisca-se a colher, mais cedo ou mais tarde, a dissolução do regime”.

O presidente da Câmara de Lisboa falou de impostos, mas também políticas dirigidas aos mais jovens, quando a discussão pública está centrada na emigração dos mais qualificados. “Não, não têm de adiar a vossa vida indefinidamente. Não têm de procurar lá fora aquilo que não conseguem encontrar cá dentro“. E Moedas garantiu que, em Lisboa, está a criar emprego. “Desde que lançámos a Fábrica de Unicórnios, desde a sua criação 50 empresas da área tecnológica instalaram-se em Lisboa vindas de 22 países diferentes e anunciaram 7.500 postos de trabalho. Dessas, 12 são unicórnios. E Lisboa está na lista de 6 cidades finalistas para a Capital da Inovação da Europa“.

Além dos jovens, também os mais velhos estiveram no discurso de Moedas. “O Senhor Primeiro-Ministro também o sabe: pode contar connosco para não deixar ninguém para trás. Para garantir a todos os nossos idosos, por exemplo, o acesso a um médico (…) É isso que estamos hoje a construir em Lisboa, com um plano de saúde para os mais idosos que lhes dá acesso a um médico 24h por dia“, lembrou o presidente da Câmara de Lisboa quando o acesso à saúde, ou a falta dele, é dos pontos políticos mais difíceis para o Governo.

Numa intervenção em que pede para olhar para o futuro (para depois das eleições legislativas de 2026?), Moedas cita Antero Quental para se posicionar politicamente. “O futuro, uma sombra mentirosa”, diz Moedas, citando o poeta. “Para o futuro não ser essa sombra, lembremo-nos que virar a página é encontrar uma página nova, em branco. Uma página em branco, pronta para que nela escrevamos algo de novo“.

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