Martifer “salva” contrato de 68 milhões na ferrovia inglesa
Grupo de Oliveira de Frades garante ao ECO que o cancelamento da segunda fase da linha de alta-velocidade entre Londres e Manchester “não afeta” o fornecimento de viadutos metálicos inseridos no HS2.
O contrato de 68 milhões de euros adjudicado à Martifer para a construção de viadutos numa linha de alta velocidade no Reino Unido “não sofreu qualquer cancelamento”, garante ao ECO fonte oficial da empresa de Oliveira de Frades, depois de o primeiro-ministro ter anunciado esta semana que o megaprojeto de infraestruturas que ligaria Londres ao Norte do país vai, afinal, terminar em Birmingham, não sendo executada a segunda parte.
Através de uma participada, a empresa portuguesa vai fornecer e montar os viadutos ferroviários em estrutura metálica em Birmingham inseridos no projeto High Speed Two (HS2), que iria ligar a capital à segunda maior cidade do país, e depois a Manchester e Leeds. Questionado pelo ECO, o grupo liderado por Pedro Duarte detalha que “esta obra é no troço Londres – Birmingham”, pelo que “não afeta os trabalhos que a Martifer está a fazer”.
Segundo a informação enviada à CMVM no início de fevereiro, o fabrico da estrutura metálica está a ser realizado maioritariamente no polo industrial de Oliveira de Frades, permitindo “reforçar a vertente exportadora do grupo Martifer, que atualmente representa mais de 85% do volume de negócios do segmento de estrutura metálica em Portugal”. O prazo previsto para a execução da obra é de 47 meses.
Na primeira metade de 2023, o grupo fundado em 1990 e controlado pelos irmãos Martins e pela Mota-Engil registou lucros de 9,1 milhões de euros, 7% abaixo do mesmo período do ano passado, com os rendimentos operacionais a ascenderem a 105,4 milhões de euros (+2% em termos homólogos). Por setores de atividade, a construção metálica equivaleu a 67% das receitas – a carteira de encomendas nesta área totalizava 252 milhões de euros em junho –, com o restante a ser assegurado na indústria naval (25%) e nas energias renováveis (8%).
Custos mais do que duplicaram em 13 anos
Na quarta-feira, o chefe do Governo conservador, Rishi Sunak, justificou a decisão com o disparo do custo desta que é a segunda linha de alta velocidade no país, depois do Eurostar para o túnel do Canal da Mancha (HS1). O HS2 foi planeado pela primeira vez em 2010 com uma despesa de 33 mil milhões de libras (38 mil milhões de euros), mas as últimas estimativas apontam para 71 mil milhões de libras (82 mil milhões de euros).
Em vez deste grande projeto de infraestruturas, o sucessor de Liz Truss diz que será reinvestido “cada cêntimo, 36 mil milhões de libras (41,6 mil milhões de euros), em centenas de novos projetos de transportes”. Em contrapartida, o Executivo britânico tenciona impulsionar um projeto ferroviário já em preparação para melhorar as ligações entre os principais centros económicos do Norte e eletrificar as linhas, o que reduzirá os tempos de viagem entre Manchester, Bradford, Sheffield e Hull.
As próximas eleições legislativas no Reino Unido estão agendadas para o próximo ano. Uma sondagem publicada na quarta-feira pelo Instituto Savanta, revelou uma vantagem de 19 pontos para o Partido Trabalhista (46%), a principal força política na oposição, em relação aos Conservadores (27%), que estão no poder há 13 anos. Seguem-se os liberais democratas, com 11% das intenções de voto.
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