Ministra alemã acusa Hamas de usar população como escudos em Gaza
"Os túneis, depósitos de armas e centros de comando estão deliberadamente localizados em prédios de apartamentos, supermercados e universidades. E talvez até em hospitais", disse Baerbock.
A chefe da diplomacia alemã acusou esta sexta-feira o Hamas de usar a população de Gaza, que está a ser bombardeada por Israel há seis dias consecutivos, como “escudo” e garantiu a Telavive a “solidariedade abrangente” da Alemanha.
“No seu cálculo pérfido, o Hamas está a esconder-se atrás de pessoas inocentes e a usá-las como escudos em Gaza”, afirmou Annalena Baerbock, durante uma visita a Israel na qual se encontrou com o seu homólogo israelita, Eli Cohen. “O Hamas tomou toda a população de Gaza como refém”, lamentou durante uma conferência de imprensa realizada após a reunião dos dois ministros dos Negócios Estrangeiros.
“Os túneis, depósitos de armas e centros de comando estão deliberadamente localizados em prédios de apartamentos, supermercados e universidades. E talvez até em hospitais”, criticou. Os dois responsáveis encontraram-se em Netivot, cidade no sul de Israel, perto da Faixa de Gaza, e visitaram uma casa onde três membros de uma família foram mortos por um foguete disparado pelo Hamas.
“Todos somos israelitas nestes dias”, declarou Baerbock, garantindo a Cohen a “solidariedade abrangente” da Alemanha. A diplomata destacou ainda “o imenso desafio” que Israel enfrenta na guerra contra o Hamas, referindo que “as democracias (…) levam a sério os princípios humanitários e a proteção básica da população civil”.
“É isto que distingue as democracias dos terroristas”, acrescentou, sublinhando que Israel “tem o direito, e até o dever, de se opor a este terror brutal e bárbaro”, no quadro do direito internacional. “Os civis precisam de espaços seguros onde possam encontrar proteção e receber bens de primeira necessidade”, acrescentou Baerbock, garantindo que a Alemanha está a conversar sobre este assunto com as autoridades israelitas, com o Egito e com as Nações Unidas.
A ministra alemã denunciou ainda “as atrocidades inimagináveis” cometidas pelo Hamas durante o ataque-surpresa iniciado no sábado passado, o mais mortal da história de Israel, que, segundo o exército, já provocou a morte de pelo menos 1.300 pessoas, a maioria das quais civis.
O Hamas também mantém cerca de 150 reféns, tendo a chefe da diplomacia alemã enviado uma mensagem ao movimento islamita palestiniano Hamas: “Libertem essas pessoas inocentes, libertem essas meninas inocentes”. Os ataques retaliatórios israelitas mataram mais de 1.700 pessoas na Faixa de Gaza, incluindo mais de 500 crianças, segundo o Ministério da Saúde palestiniano.
Esta semana, Israel tornou-se destino de representantes diplomáticos de várias das principais potências internacionais. O secretário britânico dos Negócios Estrangeiros, James Cleverly, visitou o sul de Israel na quarta-feira, enquanto o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, está atualmente no país.
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