Fenprof adere à greve nacional da Função Pública de 27 de outubro
Federação sindical, afeta à CGTP, ameaça ainda com um novo ciclo de paralisações por distritos em protesto contra a proposta do Orçamento do Estado para 2024.
A Federação Nacional de Professores (Fenprof) vai aderir à greve nacional de 27 de outubro e admite avançar para novas formas de luta juntamente com outras estruturas sindicais, como um novo ciclo de greves por distritos.
“Porque os professores também são vítimas das medidas que penalizam todos os outros portugueses, a Fenprof decidiu participar, aderindo e emitindo um pré-aviso de greve, para a greve de 27 de outubro para toda a Administração Pública”, revelou esta sexta-feira o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, durante uma conferência de imprensa em Lisboa.
O encontro com os jornalistas foi marcado para apresentar a avaliação da federação sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2024 (OE2024).
Além da participação na paralisação anunciada pela Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, a Fenprof apelou à participação dos professores na manifestação nacional convocada pela CGTP para Lisboa e para o Porto, que se vai realizar a 11 de novembro, para protestar contra a proposta de OE conhecida esta semana.
Para a Fenprof, a proposta de OE para a educação “limita-se a garantir serviços mínimos em educação”, já que falta investimento, disse Mário Nogueira, acusando o Governo de fazer “contas de merceeiro”.
O secretário-geral da Fenprof apelou ainda à participação da manifestação de 21 de outubro convocada pelo movimento Vida Justa e revelou que, em breve, serão conhecidas novas formas de luta.
Os protestos serão decididos no início da próxima semana, a 17 de outubro, em reunião com outras oito estruturas sindicais, que fazem parte da plataforma de sindicatos que desde o ano letivo passado têm levado a cabo várias iniciativas.
Mário Nogueira disse que as ações poderão ir desde “coisas simples” como oferecer uma agenda ao primeiro-ministro, uma vez que António Costa “diz que não recebe as organizações sindicais por falta de agenda”, mas também poderão voltar as greves por distritos ou novas manifestações nacionais.
Além do encontro da plataforma, a Fenprof diz que já começaram também reuniões em escolas de todo o país para ouvir professores e educadores.
A Fenprof não descarta também a possibilidade de vir a realizar “ações convergentes com outros setores a quem o tempo de serviço não foi contado”, como foi o caso dos polícias e dos militares.
Outras das hipóteses são protestos juntamente com profissionais de saúde: “Não pomos de fora que profissionais de Educação e profissionais da Saúde possam levar a cabo ações em conjunto”, revelou Mário Nogueira, anunciando que a Fenprof irá contactar a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) e o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
Para já, na segunda-feira, representantes da Fenprof planeiam estar em Almeirim para entregar ao ministro da Educação, João Costa, a posição da federação sobre o OE.
Na terça-feira, será dia de reunião das nove organizações sindicais para definir ações para desenvolver em conjunto e, a 13 de novembro, irão estar junto à Assembleia da República numa ação de protesto de rua, enquanto o ministro estiver “no parlamento a defender o OE”.
Outra das iniciativas já agendadas é a presença de professores em frente ao ministério das Finanças no próximo dia 23 para mostrar ao ministro Fernando Medina “o poder vocal dos professores”.
“O senhor ministro das Finanças disse ontem [quinta-feira] de manhã na rádio que não cede aos professores porque não cede aos setores só porque tem organizações com forte poder vocal. O senhor ministro nem sabe qual é poder vocal”, explicou Mário Nogueira, referindo-se à recusa em contabilizar os seis anos, seis meses e 23 dias de tempo de serviço congelado.
O secretário-geral da Fenprof anunciou uma “vocalização de professores” durante todo o dia 23 de outubro, defendendo que “o senhor Medina de certeza que vai ficar satisfeito”: “Ele não se vai esquecer”, concluiu.
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