Alemães entram na construção do gasoduto de hidrogénio que liga Península Ibérica a França

Comissão Europeia anuncia em novembro se o H2MED, gasoduto de hidrogénio que vai ligar a Península Ibérica a França, vai ser comparticipado com fundos europeus. Alemanha junta-se à construção.

O operador de redes da Alemanha vai juntar-se à construção do H2MED, gasoduto de hidrogénio que vai ligar a Península Ibérica a França, e daí ao resto da Europa. Os quatro países ficarão a conhecer em novembro se a infraestrutura será comparticipada com fundos europeus no âmbito da candidatura ao Projeto de Interesse Comum (PIC) Europeu, apresentada em 2022.

De acordo com o comunicado divulgado esta quinta-feira pela Redes Energéticas Nacionais (REN), o gestor da rede de transporte de gás alemão Open Grid Europe (OGE) vai integrar o projeto denominado H2MED, e do qual fazem parte a REN, a espanhola Enagás e as francesas GRT Gaz e Teréga.

O anúncio da entrada da alemã Open Grid Europe, e a assinatura do memorando de entendimento, foi feito durante o encontro “H2Med, an Example of European Energy Cooperation”, que decorreu esta quarta-feira em Berlim. No evento estiveram presentes todos os CEO dos operadores envolvidos, entre eles, Rodrigo Costa da REN. A intenção de a Alemanha se juntar ao projeto já tinha sido anunciada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, no final da cimeira franco-alemã, em janeiro.

Na mesma nota, a entidade dá conta que a Comissão Europeia vai anunciar a sua proposta de lista de PIC em novembro, lista essa que será confirmada no início de 2024, pelo Parlamento e pelo Conselho Europeu, se não houver contestações. Com essa definição, os projetos serão elegíveis para receber fundos para estudos e construção, o que permitirá acelerar os trabalhos para garantir o início da construção a partir de 2026 e a sua entrada em funcionamento em 2030, tal como previsto.

Neste momento, o plano da REN de adaptação da rede nacional ao transporte exclusivo de hidrogénio verde, como para o transporte da mistura entre este combustível e o gás natural, no âmbito do H2MED, está em fase de avaliação. Em setembro, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) manifestou reservas quanto à estratégia avaliada em 414 milhões de euros para a transformação do troço português, manifestando preocupações quanto ao valor que será financiado pelos fundos europeus.

Foi a 15 de dezembro de 2022 que Portugal, Espanha e França formalizam a candidatura do H2Med a Projeto de Interesse Comum Europeu. De acordo com os dados preliminares avançados na altura pelo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, o investimento para a construção deste gasoduto que ligará Celorico da Beira a Zamora (CelZa), por terra, e Barcelona a Marselha (BarMar), por mar, poderá ascender aos 2,5 mil milhões de euros. Sendo que, através da candidatura ao PIC, o objetivo é que 50% da obra seja financiada por fundos europeus.

Recorde-se que o gasoduto submarino foi proposto a 20 de outubro como um substituto para o projeto de MidCat que ligava a Península Ibérica à Europa através dos Pirenéus. O projeto tinha sido defendido por Espanha e Portugal, mas fortemente contestado por França que alegava motivos de impacto ambiental.

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