Funcionários da UE condenam posição de von der Leyen sobre conflito entre Israel e Hamas

Os funcionários da União Europeia (UE) escreveram uma carta a Ursula von der Leyen demonstrando desconforto sobre a posição assumida pela presidente da Comissão Europeia sobre o conflito entre Israel e o grupo terrorista islâmico Hamas, escreve o The Irish Times (acesso livre, conteúdo em inglês). Na missiva, que conta com mais de 800 assinaturas, os funcionários acusam Bruxelas de dar “carta branca à aceleração e à legitimidade de um crime de guerra na Faixa de Gaza”.

Depois de condenar o ataque do Hamas, os funcionários aproveitam ainda para condenar “veementemente a reação desproporcional do governo israelita contra 2,3 milhões de civis palestinianos presos na Faixa de Gaza”. “Dificilmente reconhecemos os valores da UE na aparente indiferença demonstrada nos últimos dias pela nossa instituição em relação ao massacre de civis em curso na Faixa de Gaza”, acrescentam.

Os funcionários alertam ainda que Bruxelas está a “perder toda a credibilidade e a posição de intermediário justo, equitativo e humanista” e a prejudicar as suas relações internacionais, bem como a pôr em risco a segurança do pessoal da UE.

Na carta, criticam ainda a dualidade de critérios perante a atuação da Rússia, cujo bloqueio de água e combustível ao povo ucraniano foi considerado “um ato de terror, enquanto o ato idêntico de Israel contra o povo de Gaza é completamente ignorado”.

Na carta, citada pelo The Irish Times, os funcionários adiantam ainda que não podem “permanecer observadores silenciosos”, numa altura em que Ursula von der Leyen “tem sido incapaz de travar a tragédia palestiniana que se desenrola há décadas em total impunidade” como toma “posições infelizes” e “parece dar carta branca à aceleração e à legitimidade de um crime de guerra na Faixa de Gaza”, escrevem.