Montenegro pede pacto nacional na saúde
O líder da oposição apontou que não se pode continuar insistir nas "políticas erradas e erráticas deste Governo" para o setor da saúde e defendeu uma "complementaridade" com o setor social e privado.
Luís Montenegro defendeu esta quarta-feira que o setor da saúde em Portugal precisa de um “pacto nacional para a saúde” que envolva o Governo, os partidos políticos e todos os setores de atividade – público, social e privado. As declarações foram feitas à saída de uma audiência urgente pedida pelo líder do PSD a Marcelo Rebelo de Sousa.
Segundo Montenegro, esta tem sido uma divisão entre o seu partido e o PS, por “teimosia e capricho ideológico“, sendo agora visível que isso “deu mau resultado”.
O líder do maior partido da oposição defendeu que para o SNS conseguir ter os médicos de família de que precisa é necessário existir uma “complementaridade” com o setor social e privado, “coisa que de resto hoje já acontece e não é assumido de forma frontal pelo Governo”, naquela que é a “maior hipocrisia da política em Portugal“, tendo em conta que o SNS só funciona à conta dos prestadores de serviços externos, argumentou Montenegro.
Segundo Montenegro, para se conseguir um sistema de saúde que “dê resposta, não deixe os utentes à porta do hospital quando eles procuram uma resposta urgente, não deixe os utentes meses ou anos à espera de uma consulta ou cirurgia e dê um médico de família a todos os portugueses”, não se pode insistir nas “políticas erradas e erráticas deste Governo“.
“Daí haver necessidade de convergir de confluirmos numa projeção de duas ou três décadas num sistema que funciona e possa aproveitar toda a capacidade instalada”, acrescentou.
Quanto a um possível acordo entre o Governo e os médicos, Montenegro diz que independentemente de se chegar um acordo, não se pode ter a “falsa expectativa” de que todos os problemas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) estão “dependentes da obtenção desse acordo”, pedindo sentido de responsabilidade.
O líder do maior partido da oposição apontou ainda que se deve evitar que o ministro da Saúde apareça a funcionar como diretor executivo do SNS e vice-versa, tal como aconteceu recentemente com ambos a “rivalizarem” pelo espaço público com uma entrevista a seguir à outra.
Segundo Luís Montenegro, é o próprio Governo que acrescenta intranquilidade à sociedade portuguesa quanto à capacidade de resposta do SNS, classificando como “completamente incompreensível” que seja o Governo a pré-anunciar a possibilidade de uma situação “dramática” em Portugal.
O estado do setor da saúde em Portugal é da responsabilidade do PS e António Costa, depois de nove anos de governação, apontou ainda Montenegro, acrescentando que se impõe que o Governo “deixe de andar com remendos, atrás do prejuízo, sempre a decidir em cima do joelho e sempre a tomar iniciativas que depois são inconsequentes”.
O líder do PSD referiu ainda que tem havido uma “total rejeição” do Partido Socialista às ideias apresentadas pelos social-democratas.
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