Medina admite que conjuntura é “irrepetível”. Para próximos governos será “mais difícil” reduzir dívida

O ministro das Finanças defende que não foi a "inflação e crescimento que sozinhas fizeram o trabalho" de equilibrar as contas públicas e reduzir dívida.

O ministro das Finanças rejeita a crítica de que o “brilharete” orçamental se deveu apenas ao crescimento económico e à inflação elevada, mas admite que a conjuntura que se vive é “irrepetível”. Fernando Medina assume também que para os próximos períodos governativos “será mais difícil” o esforço de redução da dívida pública.

O governante diz que a “receita” utilizada para o “saneamento das contas públicas e redução da dívida” foi a correta, reiterando, em resposta ao social-democrata Hugo Carneiro na audição sobre o Orçamento do Estado para 2024, que “está errado se acha que foi inflação e crescimento que sozinhas fizeram o trabalho”.

Medina salienta que outros países europeus também beneficiaram da inflação e do crescimento, mas a redução do rácio de Portugal foi mais significativa. “O peso da nossa dívida desceu muito mais, a grande diferença é que não fomos utilizar ou desvalorizar contributo positivo e perante essa conjuntura aplicámos a política adequada”, argumenta.

O ministro das Finanças defende que “não foi só tudo inflação”, mas admite que “este tempo que é irrepetível: não é provável que venhamos a ter tempos como estes que aqui tivemos”. Nota ainda que fizeram um esforço de redução da dívida pública que “para quem vem nos períodos governativos seguintes será mais difícil fazer”.

A proposta do Orçamento do Estado prevê que a dívida pública vai ficar abaixo dos 100% do PIB já em 2024. Contempla também um excedente orçamental de 0,8% este ano, que recua para 0,2% para o próximo ano.

Questionado sobre a execução do investimento, que segundo o PCP ficou bastante abaixo do orçamentado face ao orçamentado no ano passado, o ministro assegura que “acelerar o investimento público em 2024 é essencial para o sucesso da estratégia económica”, apontando que está a fazer do lado do Ministério das Finanças o possível. “Muitas vezes houve dificuldades que condicionaram e estamos a tentar eliminar bloqueios”, admite.

(Notícia atualizada às 17h30)

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