Costa defende Guterres e diz que “não é possível confundir o Hamas com o povo palestiniano”
Relembrando o papel de Guterres na independência de Timor, Costa frisa: "condenamos o ataque do Hamas sobre Israel mas também dizemos que a resposta tem de respeitar o povo palestiniano".
“As guerras são sempre horríveis mas as guerras têm de obedecer às regras do Direito Internacional. Mesmo a guerra está sujeita à lei, aos princípios do direito internacional. E não há guerra, seja a da Ucrânia, seja a do conflito entre Israel e o Hamas, que não tenha de respeitar o direito internacional”. As palavras são do chefe do Executivo, António Costa. O secretário-geral do PS abriu este sábado a reunião da Comissão Nacional do seu partido, em Lisboa, durante a qual será marcado o congresso desta força política para os dias 15, 16 e 17 de março.
O primeiro-ministro defende que, “apesar de Israel ter direito à defesa”, sublinha que “não há vidas humanas mais importantes que outras. E relembra que não é possível confundir o Hamas com o povo palestiniano“.
Relembrando o papel de António Guterres na independência de Timor, Costa frisa: “com a mesma legitimidade que condenamos a invasão da Rússia na Ucrânia, a 24 de fevereiro, também condenamos o ataque do Hamas sobre Israel mas também dizemos que a resposta tem de ser feita com o respeito pelo povo palestiniano”.
“O respeito pelo Direito Internacional contraria a lei do mais forte e assegura que os princípios fundamentais da comunidade internacional são sempre preservados. Às vezes leva tempo, mas, desde que se mantenha a firmeza e a coerência, um dia acaba-se por ganhar”, advogou, lembrando então a invasão de Timor-Leste por parte da Indonésia em 1975.
Ainda numa alusão ao polémico discurso de António Guterres, numa reunião do Conselho de Segurança das Nações – em que sustentou que o ataque do Hamas não surgiu num vácuo -, o atual primeiro-ministro português voltou a defender o secretário-geral das ONU, assim como a coerência de Portugal na condução da sua política externa.
Com o slogan “Governar a pensar nas pessoas”, a intervenção inicial de António Costa sobre a atual situação política, no centro de reuniões da Feira Internacional de Lisboa (FIL), acontece dois dias antes do início do debate parlamentar na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2023.
Em relação ao próximo congresso nacional do PS, entre 15 e 17 de março, a perspetiva é que se realiza no norte do país, provavelmente em Guimarães. Este congresso vai ocorrer menos de três meses antes das eleições para o Parlamento Europeu, que em Portugal se vão realizar a 9 de junho.
Na Comissão Nacional do PS vai também ser eleita a Comissão Organizadora do Congresso (COC). A direção do PS indicou o deputado socialista Pedro Carmo para presidir a este órgão, enquanto a sensibilidade minoritária do dirigente Daniel Adrião candidatou para esse lugar o advogado Pedro Dias Pereira.
Na reunião de sábado serão também marcadas as datas e locais dos próximos congressos federativos do PS, e aprovado o regulamento das eleições para os presidentes das federações deste partido.
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