Principal taxa do crédito da casa vai ter primeira queda em dois anos
Taxas usadas no crédito da casa vão cair em novembro, após BCE anunciar uma pausa na subida dos juros. Ainda assim, a prestação irá agravar-se novamente no próximo mês.
A principal taxa que serve de base para o cálculo da prestação da casa, a Euribor a seis meses, vai a caminho da primeira queda mensal em dois anos, sendo que também irá cair no prazo a 12 meses, de acordo com a evolução que estes indexantes registam desde o início do mês até esta quinta-feira. Ainda assim, apesar das boas notícias, quem vai ver as condições do contrato revistas pelo banco nos próximos meses ainda não vai sentir um alívio da mensalidade do empréstimo.
Depois de 22 meses a subir, a Euribor a seis meses, que está associada a mais de 40% dos contratos de crédito à habitação com taxa variável, deverá recuar em novembro para uma média mensal de perto de 4,07%, abaixo da média de 4,115% registada no mês passado.
Em relação à Euribor a 12 meses, que tem sido a mais utilizada nos contratos mais recentes (onde mais se sente o impacto da escalada dos juros nos últimos dois anos), vai voltar a cair este mês para a média mais baixa desde junho, à volta dos 4,02%, isto depois da queda observada em agosto.
Este comportamento das Euribor, que são fixadas diariamente por um conjunto de bancos da Zona Euro, reflete não só a pausa na subida das taxas de juro diretoras do Banco Central Europeu (BCE) anunciada em outubro, mas também as expectativas do mercado de que o banco central irá começar a descer os juros no próximo ano.
Só mesmo a Euribor a 3 meses, que serve de indexante para cerca de 30% dos empréstimos da casa, deverá manter a tendência de subida este mês, embora se prepare para registar o menor aumento mensal desde dezembro de 2021.
Prestação agrava-se até 100 euros em dezembro
É com base na média mensal da Euribor do mês anterior que os bancos calculam a prestação da casa. Apesar de estas taxas se prepararem para cair nos prazos a seis e 12 meses este mês, isso não significa que a prestação da casa vai cair em dezembro. Ou até mesmo nos próximos meses.
Os contratos com taxa variável são atualizados com a periodicidade do indexante. Por exemplo, no caso de quem tem crédito associado à Euribor a seis meses, a revisão do contrato faz-se a cada seis meses. Ora, os contratos revistos em dezembro — e que vão passar a ter por base a média mensal de novembro – tiveram a última atualização em junho. Nesse mês, a média da Euribor foi de 3,68%. Ou seja, quando o contrato for revisto no próximo mês, a prestação vai naturalmente sofrer um agravamento por conta de uma média da Euribor mais elevada do que a de há seis meses.
Vamos às contas, dando como exemplo um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos e com um spread de 1%. Em junho, a prestação foi atualizada para 776,33 euros. Com a revisão das condições no próximo mês, a prestação irá subir para cerca de 812 euros, mais 35 euros em relação à prestação dos últimos seis meses.
O mesmo empréstimo, mas indexado à Euribor a 12 meses – e cuja última atualização foi realizada em dezembro do ano passado –, vai ver a prestação agravada em 106 euros, para 807,62 euros.
No caso de o contrato estar associado à Euribor a 3 meses, prevê-se um aumento de quase 18 euros, para 803 euros.
O impacto da subida das Euribor no aumento da prestação da casa será tanto maior ou menor consoante o valor do capital que ainda está em dívida. Para o ajudar a calcular a prestação do seu crédito à habitação, o ECO preparou um simulador. Faça as contas à sua situação e, caso o seu contrato seja revisto em agora, saiba quando irá pagar a mais.
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