OCDE revê em baixa crescimento de Portugal para 1,2% em 2024
Os economistas da OCDE reviram em baixa a previsão de crescimento da economia nacional, antecipando "uma execução mais lenta do que o previsto do PRR".
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) está mais pessimista para Portugal do que em junho. Segundo o relatório “Economic Outlook”, publicado esta quarta-feira, os economistas da OCDE antecipam agora um crescimento do PIB nacional para este ano de 2,2% (face a 2,5% em junho) e de 1,2% em 2024 (versus 1,5% em junho).
“A baixa confiança das empresas e das famílias, o crescimento global modesto e a elevada incerteza estão a travar a atividade”, salientam os analistas da OCDE, sublinhando que “os efeitos da inflação, das condições financeiras mais restritivas e do fraco crescimento nos principais parceiros comerciais de Portugal refrearam a atividade económica” que levaram a uma “estagnação do PIB durante o segundo e terceiro trimestres de 2023.
As previsões de 1,2% da OCDE para a taxa de crescimento do PIB no próximo ano ficam assim abaixo das projeções do Banco de Portugal e do Fundo Monetário Internacional, que apontam para um crescimento de 1,5%, após também terem revisto em baixa os seus cálculos.
Entre os grandes desafios da economia nacional para o próximo ano, a OCDE destaca que “a elevada incerteza e a [evolução] das taxas de juro vão pesar na atividade”. “Apesar da forte evolução salarial, o crescimento do consumo manter-se-á moderado, uma vez que o crescimento do emprego abrandará e os preços no consumidor e os custos do serviço da dívida permanecerão elevados”, destacam os economistas da OCDE.
Além disso, o crescimento do PIB em 2024, que se manterá acima dos 0,9% previstos para a Zona Euro, deverá ser também penalizado no próximo ano por “uma execução mais lenta do que o previsto do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]”, antecipam a OCDE, notando que execução prevista da “bazuca” europeia passará de 0,8% do PIB este ano para 1,9% do PIB em 2024 e para 1,1% do PIB em 2025.
A maior lentidão da execução do PPR terá também um impacto na inflação, que a OCDE prevê agora que baixe de 5,5% em 2023 (face a 5,7% que estimava em junho) para 3,3% no próximo ano (o mesmo que previa em junho) e para os 2,4% em 2025 “à medida que os preços da energia e dos produtos alimentares se estabilizam e as pressões sobre os preços dos serviços diminuem.”
Apesar de salientar como positivo a redução do rácio da dívida pública em função do PIB para 98% em 2025, os economistas alertam que este rácio “continua a ser elevado”. Segundo a OCDE, “é necessário um forte crescimento, despesas mais eficientes e um quadro orçamental reforçado para fazer face às crescentes pressões orçamentais decorrentes do envelhecimento da população e das necessidades de investimento”.
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