Puma vai deixar de patrocinar seleção de futebol de Israel a partir de 2024

  • Joana Abrantes Gomes
  • 12 Dezembro 2023

A decisão da marca alemã de roupa desportiva de não renovar a parceria com a Associação de Futebol de Israel foi tomada em 2022, um ano antes do ataque do Hamas em 7 de outubro.

O logótipo da Puma vai deixar de aparecer nas camisolas da seleção de futebol de Israel em 2024. A decisão foi tomada há um ano, por razões comerciais e não pelos apelos dos consumidores a um boicote à marca alemã, noticia o Financial Times (acesso pago).

De acordo com um comunicado interno a que o jornal britânico teve acesso, a terceira maior empresa de roupa desportiva do mundo vai deixar de patrocinar a equipa israelita a partir do fim do próximo ano, depois de ter decidido não renovar o contrato com a Associação de Futebol de Israel (IFA, na sigla em inglês).

A decisão, tomada em 2022, faz parte da nova estratégia comercial da Puma e está em conformidade com os prazos normais para a conceção e o desenvolvimento das camisolas da equipa israelita, disse um porta-voz da empresa, num comunicado enviado por e-mail à Reuters (acesso pago).

Segundo o responsável, a marca assinou contratos recentemente com duas seleções nacionais, que serão anunciados no final deste ano e em 2024, enquanto os contratos de algumas federações, como Sérvia e Israel, expiram no próximo ano.

A parceria entre a Puma e a IFA foi assinada em 2018. Desde então, grupos de ativistas pró-palestinianos desencadearam uma campanha de boicote à marca alemã, acusando-a de apoiar os colonatos israelitas na Cisjordânia – considerados ilegais pela maioria da comunidade internacional –, uma vez que a IFA inclui clubes sediados nesses colonatos.

O grupo alemão rejeitou as alegações, afirmando que apenas patrocina a seleção nacional de futebol do país e não atividades ao nível de clubes. Com a ofensiva militar israelita na Faixa de Gaza na sequência do ataque do Hamas a 7 de outubro, os apelos ao boicote subiram de tom e estenderam-se a mais empresas e produtos.

Em reação ao anúncio da Puma, o movimento pró-palestiniano BDS escreveu na rede social X (antigo Twitter) que a decisão de terminar a parceria era uma resposta direta aos seus apelos de longa data para um boicote. “Nós forçámos [a Puma] a abandonar o seu patrocínio à Associação de Futebol de Israel”, alega.

A IFA rejeitou a alegação do BDS, chamando-lhe uma “tentativa patética (…) de enganar” e dizendo que tinha a opção de prorrogar o contrato com a Puma por mais dois anos, até 2026, mas decidiu em setembro não o fazer, depois de não ter conseguido chegar a acordo sobre melhores termos e condições contratuais.

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