Despedimento da CEO da TAP? “Eu não o teria feito”
Pedro Nuno Santos, que levou Christine Ourmière-Widener para a companhia aérea, teria mantido a ex-CEO em funções, apesar do polémico afastamento de Alexandra Reis.
Christine Ourmières-Widener chegou à liderança TAP em junho de 2021, escolhida pelo então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos. O agora candidato à liderança do PS não quer comentar o processo de despedimento, que levou a ex-CEO a processar a companhia aérea, mas afirma que não a teria afastado. “O que posso dizer é: um, não fui eu que fiz o despedimento; dois, eu não o teria feito”, afirma Pedro Nuno Santos, em entrevista ao ECO.
A iniciativa de afastar a antiga administradora executiva Alexandra Reis partiu de Christine Ourmières-Widener, devido aos desentendimentos sobre decisões estratégicas para a TAP. A gestora acabou por renunciar ao cargo, após chegar a acordo com a companhia para receber uma indemnização bruta de 500 mil euros.
Foi a revelação desse valor, no final de dezembro de 2022, que acabaria por levar à demissão de Pedro Nuno Santos do cargo de ministro das Infraestruturas e à criação da Comissão Parlamentar de Inquérito.
Christine Ourmières-Widener seria demitida com “justa causa” pelo seu sucessor no Ministério, João Galamba, e pelo colega das Finanças, Fernando Medina, sem direito a qualquer compensação. O que levou a ex-CEO a avançar com um processo em tribunal contra a TAP, onde exige uma indemnização de 5,9 milhões de euros, que o candidato à liderança do PS recusou comentar.
Sobre o novo aeroporto, Pedro Nuno Santos garantiu que nos últimos anos o Governo “não esteve” capturado pela ANA, a concessionária, e que não está condicionado pelo despacho que assinou quando era ministro, onde se previa a construção de um aeroporto no Montijo e outro mais tarde em Alcochete. O diploma foi revogado no dia seguinte pelo primeiro-ministro.
O candidato à liderança do PS garante que vai seguir as recomendações do relatório sobre as opções estratégicas para o aumento da capacidade aeroportuária na região de Lisboa, apresentado pela Comissão Técnica Independente no início do mês.
“O meu compromisso é com as conclusões da Comissão Técnica Independente, que resulta de um acordo entre o Governo e o PSD, era eu ministro das Infraestruturas”, afirma. “É a partir das conclusões da comissão técnica independente que a decisão será tomada“, garante.
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