Exclusivo CCB com duas candidatas portuguesas a construir hotel de luxo e lojas
Terminado o prazo de candidaturas a 30 de novembro, apresentaram-se a concurso duas empresas portuguesas com atividade internacional. Vão ser convidadas a apresentar proposta em janeiro, avança o CCB.
Há “duas empresas portuguesas com atividade internacional” candidatas a construir os dois módulos no Centro Cultural de Belém, onde vão funcionar um hotel de luxo, apartamentos turísticos e lojas, com um investimento que ronda os 65 milhões.
O prazo de 50 dias para a apresentação das candidaturas ao concurso público internacional terminou a 30 de novembro e foram recebidas duas candidaturas já analisadas pela comissão de cinco elementos que está a conduzir o processo, adianta o CCB ao ECO. Entre as “duas candidaturas recebidas” estão “grupos empresariais nacionais com atividade também internacional” que demonstraram ter “capacidades técnica e financeira suficientes”, de acordo com o critérios fixados no caderno de encargos, e que, em janeiro, vão ser convidadas a apresentar proposta, explica ainda o CCB.
Critérios do concurso
Para apresentar candidatura ao projeto New Development, foi exigido aos candidatos que apresentem uma “experiência mínima de cinco anos consecutivos na gestão, simultânea ou sucessiva de, pelo menos, dois estabelecimentos hoteleiros com posicionamento igual ou superior a upper midscale (de quatro estrelas ou superior)”. Foi ainda exigido que as candidatas tenham sob gestão, “no momento da apresentação da candidatura”, pelo menos, dois estabelecimentos hoteleiros de quatro estrelas ou superior e que, “pelo menos, um desses estabelecimentos hoteleiros tenha um mínimo de 150 quartos”.
No campo financeiro era exigido ainda às candidatas que apresentem capitais próprios acima de 30%.
O critério de escolha do vencedor vai ter em conta “a proposta economicamente mais vantajosa” para o CCB, sendo que o valor da renda proposta terá um peso de 65% e a qualidade técnica da proposta os restantes 35%.
A intenção da Fundação do CCB, de acordo com o ex-presidente Elísio Summavielle, é ter o novo hotel de luxo com 161 quartos duplos, os 126 apartamentos turísticos e as lojas em funcionamento em 2027.
As adjudicatárias para construir os dois módulos (4 e 5) vão concessionar os imóveis, que totalizam cerca de 23 mil metros quadrados, por um prazo de 65 anos, que pode ser prorrogado até 75 anos.
De acordo com o caderno de encargos, nos primeiros quatro anos, o adjudicatário fica sujeito ao pagamento de uma “renda mínima fixada em 350 mil euros, sem IVA, durante a construção”, que, posteriormente, sobe gradualmente até 1,25 milhões já com o hotel em funcionamento.
Esta é a segunda vez que o CCB lança o concurso para a construção dos dois módulos, previstos há 30 anos. Já no final de 2018, o CCB lançou um concurso público internacional para a construção, instalação e exploração de uma unidade hoteleira e uma galeria comercial, onde cabem lojas e escritórios.
O anterior concurso previa uma concessão por um prazo de 50 anos e durante os dois anos de construção dos edifícios, o concessionário pagaria uma renda anual de 300 mil euros, que subiria para um valor mínimo de 900 mil euros quando o hotel e lojas estivessem em funcionamento. Condições que acabaram por afastar todos os interessados e, naquela altura, apenas a Mota-Engil se apresentou a concurso. O projeto não chegou a ser adjudicado “devido à conjuntura de pandemia”, disse o CCB.
Com as receitas desta concessão, o ex-presidente da Fundação do CCB disse ainda estar convicto que será possível “aumentar a qualidade da oferta cultural”.
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