Hackers roubaram quase dois mil milhões de dólares em criptomoedas este ano
Ciberataques levaram à perda de quase dois mil milhões de dólares em criptomoedas em 2023, ainda que o valor seja inferior ao de 2022. Maioria dos fundos não são recuperados.
Este ano voltou a ser pródigo em ciberataques que resultaram no roubo de somas elevadas em criptomoedas. Depois de os hackers se terem apropriado de 3,8 mil milhões de dólares em cripto em 2022, o montante roubado reduziu-se em 2023, mas, mesmo assim, chegou perto dos dois mil milhões.
Esta informação é compilada pela De.FI, uma empresa que oferece produtos e soluções se segurança aos investidores neste tipo de ativos. A organização criou e mantém um ranking dos maiores ciberataques cripto da história.
A esmagadora maioria dos fundos roubados não foram recuperados. No último ano, a soma que foi reavida após roubos de criptomoedas foi de pouco mais de 200 milhões de dólares.
De acordo com a De.FI, o maior roubo de criptomoedas deste ano ocorreu em setembro e vitimou a rede Mixin, sedeada em Hong Kong. O ataque resultou na perda de 200 milhões de dólares em criptomoedas.
Antes disso, no início de um período de turbulência na banca, e poucos dias depois do colapso do banco Silvergate, o protocolo de cripto-empréstimos Euler Finance foi vítima de um ataque que conduziu à perda de 197 milhões de dólares em várias criptomoedas.
Roubos de criptomoedas também acontecem em Portugal
O valor elevado de algumas criptomoedas –na terça-feira, uma única bitcoin valia mais de 40 mil dólares – torna-as alvos apetecíveis em furtos e roubos, mas os ciberataques não têm sido a única forma de os burlões se apropriarem delas.
Em Portugal, a Polícia Judiciária anunciou este mês a detenção de sete pessoas suspeitas de roubarem bitcoins com recurso a armas de fogo e violência.
“Da investigação em curso resultou que, em setembro de 2020 e novembro de 2021, este grupo criminoso, com diferentes configurações, recorrendo a ações do tipo paramilitar, planeou cuidadosamente e levou cabo dois roubos na zona de Castelo Branco e Idanha-a-Nova, visando a apropriação de bitcoins, na posse de cidadãos estrangeiros residentes em Portugal”, informou a Polícia Judiciária a 12 de dezembro, num comunicado.
As autoridades portuguesas informaram que, num desses ataques, foram sequestradas cinco pessoas que residiam numa “propriedade rural”. Com armas de fogo, os criminosos terão forçado uma delas a transferir “dezenas de bitcoins, na altura com valor de mercado de cerca de três milhões de euros, para várias carteiras”.
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