Gomes Cravinho afirma que “não há possibilidade nenhuma” de criar ilha para palestinianos

O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, admitiu à saída da reunião em Bruxelas que não há “possibilidade nenhuma” de a ideia alternativa à solução dos dois Estados apresentada pelo ministro Israelita avançar. Em causa está a criação de uma ilha no mediterrâneo.

“Aquilo que o ministro israelita nos apresentou foi um plano que não é a transferência da população de Gaza, mas um plano para a criação de uma ilha que permitiria, a três ou quatro quilómetros da costa de Gaza, criar uma plataforma logística que alimentaria tanto Israel como Gaza“, explicou o ministro português.

Gomes Cravinho sublinhou que os líderes europeus vincaram as suas posições e que se sentiram frustrados por estarem a perder tempo com ideias que não adequadas ao tempo de urgência atual. “Não vale a pena estarmos a trazer ideias líricas sobre um futuro de paz e harmonia se não houver disponibilidade no imediato para trabalhar para o reconhecimento dos direitos palestinianos“, acrescentou.

Assim, admite que as ideias do ministro israelita são neste momento “completamente irrelevantes” se não tiverem um contexto que é o reconhecimento do Estado da Palestina e dos direitos dos palestinianos.

Esta segunda-feira, os ministros dos negócios estrangeiros da União Europeia estiveram a debater com líderes do Médio Oriente. “Aquilo que foi muito interessante em relação aos colegas árabes foi a expectativa quanto ao papel a desempenhar pela UE. Eles olham para nós como um parceiro imprescindível para ajudar a criar uma dinâmica positiva na solução de dois estados” disse.

Sobre a proposta do plano de paz integrado apresentada por Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, Gomes Cravinho admite que é um caminho que tem de ser trabalhado com os países árabes.