Pedro Nuno recusa comentar Montenegro sobre caso da Madeira mas pede coerência
O secretário-geral do PS frisou, no entanto, que os políticos têm de ser coerentes. "Quando somos incoerentes, há uma quebra de confiança – e isso é grave", advertiu.
O secretário-geral do PS recusou-se esta quinta-feira a comentar a posição do líder do PSD sobre a situação judicial do presidente do Governo Regional da Madeira, mas frisou que os políticos têm de ser coerentes perante estes casos.
“Não vamos aproveitar nenhum caso judicial para fazer política, a justiça tem o seu tempo, faz o seu trabalho, e os políticos devem fazer em cada momento o seu juízo próprio sobre as condições para exercerem os respetivos cargos e protegerem as instituições”, declarou Pedro Nuno Santos no final de uma visita a uma instituição social da Amadora.
Interrogado pelos jornalistas sobre a forma como o presidente do PSD tem reagido ao facto de o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, ter sido constituído arguido num processo em que é suspeito de corrupção, o líder socialista reagiu: “Para a população, para os cidadãos, é muito importante confiar nos políticos”.
“E muito importante que sejamos coerentes nas posições que tomamos. É fundamental para garantirmos confiança nas instituições democráticas. Desejamos que todos os políticos, de qualquer partido, sejam também coerentes. Quando somos incoerentes, há uma quebra de confiança – e isso é grave”, advertiu.
Pedro Nuno Santos referiu-se mesmo à Operação Influencer, que levou a demissão do primeiro-ministro, António Costa, e à convocação de eleições legislativas antecipadas. “Quando falo em coerência, falo desde logo sobre mim. Refiro-me desde logo à forma como encarámos o caso judicial que esteve na origem da demissão do primeiro-ministro. Da mesma forma falamos deste caso [com o presidente do Governo Regional da Madeira] ou falaremos de qualquer outro”, completou.
Para o secretário-geral do PS, nos casos judiciais que atingem políticos, é essencial respeitar o princípio da separação de poderes”. “É preciso respeitar a independência do poder judicial e a presunção de inocência. Levamos esses princípios muito a sério, envolvendo militantes do PS, do PSD ou de qualquer outro partido. Nós não vamos ser incoerentes na forma como temos separado a política da justiça”, reforçou.
Confrontado com a posição do PS/Madeira, que exigiu a demissão do presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, Pedro Nuno Santos invocou a autonomia dessa estrutura do seu partido. “Nada tenho a acrescentar à posição do PS/Madeira, sempre em respeito pela autonomia do nosso partido nessa região autónoma. Olhamos para esse caso com preocupação, porque os cidadãos tem de confiar nas instituições, têm de confiar nos seus eleitos”, alegou.
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