S&P espera que estrutura acionista do BCP continue estável após redução da Fosun

Agência de rating diz que venda de 10% das ações do BCP pela Fosun é "neutra" para o banco. Espera que a estrutura acionista continue estável, mas chineses poderão perder um administrador.

A agência Standard & Poor’s considera que a redução da participação da Fosun no BCP BCP 1,44% é “largamente neutra” para o banco português porque vê o grupo segurador chinês como um mero “investidor financeiro”.

Nos últimos dois meses, a Fosun vendeu uma participação de cerca de 10% no BCP, com uma mais-valia de 326 milhões de euros, reduzindo a sua posição de 29,95% para 20,03%. A última venda foi realizada esta semana, quando alienou uma 5,6% a investidores institucionais. A Fosun garantiu que tenciona manter uma posição superior a 20%.

Numa nota publicada esta quinta-feira, a S&P adianta que a venda de ações pela Fosun pode ter colocado o banco sob pressão na bolsa no curto prazo – chegou a afundar 8% na terça-feira. “No entanto, na nossa opinião, não representa um risco para a boa qualidade de crédito subjacente do BCP”, referiram os analistas da agência de rating.

Isto porque, argumentou a S&P, “a venda parece ser uma oportunidade para o conglomerado chinês realizar alguns ganhos de capital e apoiar o seu perfil de liquidez”.

Posto isto, a agência de notação de risco espera “que a estrutura acionista do BCP permaneça relativamente estável após esta transação, uma vez que a Fosun comunicou a sua vontade de manter pelo menos 20% de participação no banco”.

Ainda assim, os chineses poderão perder um administrador no conselho de administração do BCP, passando a ter dois administradores, “proporcional à sua menor participação e alinhada com a representação do outro acionista Sonangol” – os angolanos detêm 19,49%.

A S&P nota que a estrutura acionista concentrada do BCP é algo “raro” nos bancos europeus listados em bolsa e isso implica que haja menos ações a negociar na bolsa (menor free float) em comparação com os pares.

A agência americana atribui um rating de “BBB-” ao BCP, com um outlook “estável”, depois da revisão em alta efetuada em setembro, devido ao reforço da capitalização e a rentabilidade saudável.

Até setembro, o banco liderado por Miguel Maya lucrou 650,7 milhões de euros, beneficiando da subida das taxas de juro. Apresenta as contas anuais no dia 26 de fevereiro.

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