“O tempo não é reembolsável. O tempo que perdemos não recuperamos”, alerta CEO da Efacec
Ângelo Ramalho adverte que “concorrência e clientes não esperam” se as empresas forem lentas e aconselha a investir quando está tudo bem, pois “quando está tudo a arder é o ‘salva-se quem puder’”.
O CEO da Efacec advertiu esta sexta-feira que os mercados e as tecnologias com que as indústrias lidam atualmente obrigam a uma “velocidade cada vez mais rápida e [geram] uma competição global”, aconselhando as empresas portuguesas a serem mais velozes na decisão e na “escabilidade” dos negócios, uma vez que “a concorrência e os clientes não esperam”.
“O tempo não é reembolsável. O tempo que perdemos não recuperamos. Somos normalmente lentos na decisão e não há boas decisões tomadas fora de tempo. As decisões certas são tomadas no tempo certo”, avisou Ângelo Ramalho durante um debate sobre a indústria no XXIII Congresso Nacional da Ordem dos Engenheiros.
O líder da empresa de Matosinhos, intervencionada pelo Estado na sequência do caso Luanda Leaks e reprivatizada há poucos meses com a venda ao fundo alemão Mutares, sublinhou que o investimento deve ser feito “quando está tudo bem”, porque “quando estiver tudo mal e a arder é o ‘salva-se quem puder’”.
As empresas têm de investir quando está tudo bem. quando estiver tudo mal e a arder é o ‘salva-se quem puder’. (…) Temos de investir em permanência, evidentemente com retorno.
“Não pode ser assim. Temos de investir em permanência, evidentemente com retorno. O primeiro é na aquisição de conhecimento, nas pessoas. É pena que vejamos as nossas pessoas, sempre as últimas e as mais bem formadas de sempre, sair para geografias que oferecem objetivos e qualidade de vida melhores que os nossos. Temos de as reter”, acrescentou.
Ambição, ideias com impacto – “não chegam ideias pequeninas” –, escalabilidade e capacidade mobilizadora. Forem estes os ingredientes que o gestor nortenho apontou como críticos para o sucesso, lembrando na mesma conferência, realizada no Super Bock Arena/Pavilhão Rosa Mota, no Porto, que as empresas não vão conseguir resultados melhores se repetirem “os métodos de sempre” e não inovarem.
É que “as folhas de Excel aguentam tudo”, mas o modelo de negócio a criar para as ideias novas, “robusto e escalável”, precisa de ser diferente do habitual. Desde logo, que possa ser protegido para que “no instante seguinte [não caia] nas mãos da concorrência”, detalhou Ângelo Ramalho, que com os novos donos mantém funções executivas como administrador-delegado. Por outro lado, o país precisa de mais grandes empresas porque “sem dimensão crítica não se cria valor, sobe na cadeia nem chega mais próximo do cliente final”.
Investir numa marca foi outro conselho deixado pelo líder da Efacec, mesmo reconhecendo que nem todas as empresas nacionais tenham condições de o fazer na atual conjuntura. “Mas deve ser aspiracional e muito mais vasto do que o que temos visto na indústria portuguesa. Seja direcionada a consumidores finais ou B2B [business-to-business], é absolutamente diferenciador porque nos marca em termos da posição na cadeia de valor que queremos atacar”, completou.
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