IL acusa PAN de ter estado ao lado de Costa, Sousa Real critica “ilusão liberal”
No frente a frente, houve discordância Rui Rocha e Inês Sousa Real em quase todos os temas – ambiente, energia nuclear ou impostos – sendo a exceção a recuperação do tempo de serviço dos docentes.
O presidente da IL acusou esta sexta-feira o PAN de ter estado “sempre ao lado” de António Costa nos orçamentos, tendo Inês Sousa Real criticado a “ilusão liberal” de um “parque de diversões” que não é acessível a todos.
No debate na SIC Notícias para as eleições legislativas entre o líder da IL, Rui Rocha, e a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, houve discordância em quase todos os temas – ambiente, energia nuclear ou impostos – sendo a exceção a recuperação do tempo de serviço dos professores, sobre a qual ambos concordaram que primeiro é preciso saber quanto vai custar, aguardando pelas contas da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).
Rui Rocha, que criticou o facto do PAN ainda não ter programa eleitoral apresentado e, por isso, não poder conhecer as suas propostas antes deste debate, tentou colar Inês Sousa Real à governação socialista. “Esteve sempre ao lado de António Costa na viabilização dos orçamentos do Estado, desde 2019, que trouxeram o país a esta situação”, criticou.
Já Inês Sousa Real apontou à “grande ilusão liberal” que considera ser a proposta que o partido de Rui Rocha traz ao país. “O bilhete para este parque de diversões que vocês tanto têm propagandeado, até nos próprios debates, é um bilhete que não está ao acesso de todos e, portanto, é aqui que o estado social tem que intervir porque de facto o liberalismo põe em causa o estado social de direito”, condenou a porta-voz do PAN.
O debate começou com um tema de atualidade que diz respeito a outras eleições, as dos Açores, no dia em que se soube que o PS vai votar contra o programa do Governo da coligação PSD/CDS/PPM, tendo Inês Sousa Real afirmado que o PAN “não dá cartas em branco a ninguém” e que respeita a autonomia regional na decisão que irá tomar sobre um eventual acordo com a coligação de direita.
Já Rui Rocha repetiu a ideia que tinha defendido na noite eleitoral de domingo e deixou claro que a IL vai avaliar “medida a medida e orçamento a orçamento” com “sentido de responsabilidade”, sublinhando que “a solução de um Governo minoritário é possível quer no quadro regional, quer no quadro nacional”.
Confrontado pela moderadora sobre a posição da IL quanto à emergência climática, Rui Rocha explicou que se esta designação for usada para “visões proibicionistas”, os liberais não estão disponíveis, mas assegurou que o partido tem soluções para uma discussão que “deve ser tida no sentido de trazer crescimento económico, com tecnologia e com futuro”.
O líder da IL aproveitou o momento para anunciar – e mostrar em estúdio – um manifesto do partido para um crescimento sustentável e deu exemplos de algumas medidas propostas. Foi neste momento que a porta-voz do PAN introduziu o tema da energia nuclear, considerando que “Portugal tem um problema estrutural com a seca” e não se pode “depender da água para o arrefecimento”, sendo esta uma solução que pode fazer sentido em “alguns países, mas em Portugal não”.
Na resposta, Rui Rocha afirmou que Portugal tem ótimas condições para energias limpas, mas precisa sempre de uma energia de base para as intermitências, sendo as opções a energia nuclear e o gás. “Não excluímos essa possibilidade do nuclear, mas há um problema de viabilidade económica”, disse, explicando que se esta existir, a IL defende esta solução.
Na questão da fiscalidade IL e PAN voltaram a estar em lados opostos, explicando o líder da IL que a proposta para que se chegue a um salário médio líquido de 1.500 euros até ao final da legislatura se consegue com um “misto de crescimento económico e descida de impostos”. Para fixar os jovens em Portugal, os liberais propõem, para a aquisição da habitação, “eliminar o IMT e o imposto de solo” e também creches e saúde para os filhos.
Já o PAN vai propor, no programa que ainda não é conhecido, atualizar os escalões do IRS à taxa da inflação e que o salário mínimo nacional cresça até ao final da legislatura até aos 1.100 euros.
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