Apenas três em cada 10 euros do PRR é para as empresas

O BCP destaca a relevância dos fundos europeus para as empresas e critica o facto destes apoios serem absorvidos maioritariamente pelo Estado, ficando uma fatia menor para as empresas.

Portugal tem um envelope de 55 mil milhões de euros para investir até 2030, o equivalente a 20% do PIB, contudo o grosso deste valor é absorvido pelo Estado. No caso do PRR, apenas três em cada 10 euros é para as empresas, calcula o BCP.

Portugal tem disponíveis para utilização 55 mil milhões de euros de fundos europeus até 2030. Um valor que a Business Roundtable Portugal defende que deve ser usado pelas empresas”, argumentou Gonçalo Regalado, diretor de Marketing para Empresas, Negócios & Institucionais do Millennium bcp, numa conferência organizada pela CIP a decorrer esta terça-feira no Porto.

Para Gonçalo Regalado é importante que o país não desperdice estes fundos, realçando que as empresas que recorreram aos fundos do PT2020 mostraram ser as melhores empresas e têm capacidade para multiplicar o capital captado.

Perante o momento único que o país vive, com acesso a milhares de milhões de euros entre PT2020, PRR e PT2030, que vai arrancar com dois anos de atraso, o responsável critica o facto de, no caso do PRR, apenas “três em cada 10 euros” serem encaminhados para as empresas. É o Estado o principal beneficiário deste programa europeu.

Olhando para o PT2030, Gonçalo Regalado refere que apesar da “grande densidade de investimento” envolvida no PT2030 – 23 mil milhões de euros – há “menos de 6.000 milhões dedicados exclusivamente às empresas” e, “no máximo dos máximos pode haver mais 4.000 milhões que vamos partilhar com sistema científico e Estado“.

“O investimento público é hoje um investimento de PRR”, critica o mesmo responsável, adiantando que é preciso que o Estado ajude, em primeiro lugar, a executar os fundos e, em segundo, a pagar. O responsável alerta ainda que se o país não acelerar “o PRR vamos devolver os pacotes de fundos europeus que nos foram destinados”, reiterando que as empresas devem usar estes fundos como uma alavanca ao crescimento.

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