Nova presidente do BEI quer “todo o potencial” do banco da UE para defesa e alargamento
Na lista de prioridades da nova líder do BEI estão os investimento na segurança e na defesa, na atenuação e adaptação às alterações climáticas, na transição energética, na digitalização.
A nova presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI) defendeu esta sexta-feira que a União Europeia (UE) deve “utilizar todo o potencial da instituição” para as prioridades comunitárias, como a defesa e segurança, o crescimento e o alargamento “bem-sucedido”.
No dia em que os ministros das Finanças da UE discutiram o futuro do BEI, por ocasião da sua reunião informal realizada na cidade belga de Gante, dada a presidência rotativa da União agora assumida pela Bélgica, “as novas iniciativas apresentadas visam concentrar os investimentos na atenuação e adaptação às alterações climáticas e na transição energética, na digitalização e nas novas tecnologias”, indica o banco em comunicado.
“Incluem também planos para intensificar o investimento na segurança e na defesa, para aumentar o apoio e a expansão das pequenas e médias empresas, para reforçar a coesão territorial e as infraestruturas sociais em domínios como a educação, a saúde e a habitação a preços acessíveis, e para investir na agricultura e na biotecnologia. Fora da UE, a estratégia centra-se no apoio à Ucrânia e a um processo de alargamento bem-sucedido, bem como à estratégia Global Gateway”, acrescenta.
Numa altura em que se espera que o banco da União possa apoiar investimentos não só na área climática, mas futuramente em defesa dado o contexto geopolítico e a necessidade de autonomia estratégica, a nova presidente do BEI, Nadia Calviño, que assumiu funções em janeiro passado, partilhou então com os ministros europeus das Finanças “uma estratégia ambiciosa para tirar partido dos pontos fortes do grupo”.
Precisamente no que toca ao futuro financiamento pelo BEI em segurança e defesa, a responsável mencionou aposta em novas tecnologias, infraestruturas críticas para controlo das fronteiras, cibersegurança, espaço e tecnologias de dupla utilização, como os drones.
Segundo a instituição, a estratégia centra-se então “em oito prioridades políticas fundamentais e utilizar todo o potencial da instituição para impulsionar o crescimento e a coesão social e territorial e apoiar a liderança da Europa nas transições ecológica e digital, bem como para aumentar a competitividade da Europa, abrir a autonomia estratégica e a segurança económica”.
Depois da discussão desta sexta, Nadia Calviño irá apresentar medidas concretas para implementar a sua visão sobre o futuro da instituição, no Conselho de Governadores do banco de junho, no Luxemburgo. O debate desta tarde foi a primeira troca de pontos de vista estratégicos entre os governadores do BEI e a nova presidente.
Entre as oito prioridades fundamentais apresentadas por Nadia Calviño estão consolidar o banco para o clima, acelerar a inovação tecnológica e a digitalização, intensificar o investimento na segurança e na defesa, contribuir para uma política de coesão moderna, desenvolver um financiamento inovador para a agricultura e a bioeconomia. Acrescem o investimento em infraestruturas sociais, a conclusão da União dos Mercados de Capitais e a aposta em atividades no exterior da União Europeia na estratégia Global Gateway, na Ucrânia e no processo de alargamento.
O BEI é a instituição de crédito a longo prazo da União Europeia, detida pelos seus Estados-membros para financiar investimentos alinhados com os objetivos políticos comunitários. Em 2023, o grupo que detém também o Fundo Europeu de Investimento assinou um total de 88 mil milhões de euros em novos financiamentos para mais de 900 projetos, dos quais 49 mil milhões são investimentos ‘verdes’.
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