Pedro Nuno acusa AD de querer desbaratar finanças com cheques para quem não precisa
Em Viana do Castelo, o secretário geral do PS acusa AD de querer "passar cheques fiscais a quem não precisa" e "desbaratar e desperdiçar" aquilo que se poupou "ao longo destes oito anos”.
O secretário-geral do PS prometeu uma mudança sem colocar em causa as “conquistas” dos últimos anos e acusou a AD de ter um projeto que desbarata as finanças com cheques fiscais para quem não precisa.
Pedro Nuno Santos fez esta crítica à Aliança Democrática (AD) no encerramento do comício do PS de Viana do Castelo, o segundo deste dia de campanha, que encheu o Teatro Sá de Miranda.
No seu discurso, que se seguiu ao da cabeça de lista socialista por Viana do Castelo, a ministra Marina Gonçalves, o secretário-geral do PS procurou fazer uma distinção entre o que farão os socialistas com “a estabilidade financeira e orçamental conquistada pelo país” e aquilo que a AD (PSD/CDS/PPM) poderá fazer se chegar ao Governo.
“Queremos mais ambição nos serviços públicos, melhor qualidade do SNS e da escola pública, salários e pensões mais altas. Do outro lado, eles querem passar cheques fiscais a quem não precisa. É desbaratar e desperdiçar aquilo que conseguimos poupar ao longo destes oito anos”, sustentou.
Pedro Nuno Santos insistiu neste ponto: “É desperdiçar com quem não precisa, passando cheques aos de cima. Isso é dar um xeque-mate ao Estado social”, declarou, dando como exemplo a proposta do presidente do PSD, Luís Montenegro, de proceder a uma redução generalizada do IRC.
“As pequenas e médias empresas, com eles, ficam na mesma. Não queremos retirar financiamento ao sistema de pensões. Precisamos de um choque salarial, mas para eles isso causa-lhes logo alarme. Acreditam que retira competitividade”, disse.
Em vez de um choque fiscal, o líder do PS voltou a preconizar um choque salarial, que, na sua perspetiva, aumentará a produtividade, alimentará a inovação nas empresas e a economia em geral.
“Eles são só ambiciosos para os de cima. Nós queremos valorizar as carreiras da administração pública, os professores, os polícias, os militares ou os oficiais de justiça”, prometeu.
No seu discurso, Pedro Nuno Santos procurou apresentar o PS como o partido da estabilidade e traçar uma linha de demarcação entre os socialistas e os partidos à sua direita, alegando que em situações de crise, como durante os executivos de Pedro Passos Coelho, pagam a fatura “os mesmos de sempre.
“Nós poupamos os trabalhadores, os pensionistas e a classe média. A segurança é um valor importante para os socialistas. Somos também o partido da ação”, sustentou, antes de falar em projetos do PS ao nível das infraestruturas e dos transportes.
“Acham na AD que não fazemos nada na ferrovia. A razão é simples: Eles não andam de comboio. Aqui, em Viana do Castelo, modernizámos a linha entre Viana do Castelo e Valença, que “tem novo material circulante. Queremos a linha de alta velocidade Lisboa, Porto, Braga, Valença e Galiza. A prioridade é o eixo atlântico”, assegurou.
O secretário-geral do PS defendeu também o legado dos executivos de António Costa.
“Crescemos mais nos últimos oito anos, o investimento subiu, os salários estão mais altos, a pobreza está mais alta, as pensões mais altas e o desemprego mais baixo. Temos orgulho nos resultados alcançados. Se perguntarmos se preferem voltar a 2015, a esmagadora maioria não quer”, sustentou.
Pedro Nuno Santos afirmou depois ter consciência que “há portugueses que não estão satisfeitos”.
“Somos os primeiros a ter consciência disso. Queremos resolver os problemas. A minha tarefa é a mudança que permite avançar sem por em causa o conquistado passa pelo PS. Exige-se responsabilidade e não leviandade”, declarou, numa nova crítica à AD.
Na questão da habitação, o ex-ministro e atual secretário-geral do PS criticou o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas.
“Em política, é preciso falar a verdade e ser transparente. Podia assumir que estava a concluir obra que foi iniciada por outros. Só ficava bem ao presidente da Câmara de Lisboa”, apontou, numa intervenção em que também apontou ao programa do PSD “o erro de voltar a gerar pressão sobre a procura na habitação”.
Na parte final do seu discurso, Pedro Nuno Santos insistiu na sua promessa de reduzir progressivamente o horário semanal de trabalho, a começar pelos jovens casais com filhos até três anos, para quem propõe um horário laboral de 37,5 horas.
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