“Como o mundo de António Costa se desmoronou”. Primeiro-ministro português na capa do Politico
Visto como "administrador competente e negociador hábil", alguns líderes estão a recuar no apoio à candidatura ao Conselho Europeu pelas "ligações do socialista português a escândalos de corrupção".
“Pode o solucionador de problemas português limpar o seu nome para se tornar presidente do Conselho Europeu?”. É esta a pergunta que a mais recente edição do Politico traz para a capa, em que o rosto do ainda primeiro-ministro surge ilustrado num painel de azulejos com alguns remendos. O título? “Como o mundo de António Costa se desmoronou”.
No texto, o jornal online descreve o dia em que Costa pediu a demissão do cargo de primeiro-ministro, na sequência do comunicado da PGR sobre a Operação Influencer, que revelou que o chefe do Executivo está a ser investigado pelo Supremo. Nesse mesmo dia tinham sido realizadas buscas em S. Bento e detidos o então chefe de gabinete, Vítor Escária, e o amigo Diogo Lacerda Machado.
“A notícia aterrou como uma bomba não só em Lisboa, mas em capitais de toda a Europa, onde muitos dos pares de Costa o viam como o sucessor ideal do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, cujo mandato termina no próximo outono”, lê-se no artigo do Politico.
Lembrando que António Costa é “muito querido por líderes da UE tão diversos como o presidente francês Emmanuel Macron e o homem forte húngaro Viktor Orbán”, a publicação europeia refere que o ainda governante português é visto como “um administrador competente e um negociador hábil”, sendo estas “as qualidades perfeitas para ocupar esse cargo de topo”.
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O sucesso de António Costa em Lisboa e a popularidade granjeada em Bruxelas “fizeram dele um favorito na corrida pelos principais cargos” da União Europeia, que deverão ser atribuídos pouco depois das eleições para o Parlamento Europeu, agendadas para o mês de junho.
Porém, alguns diplomatas da UE disseram ao Politico que, apesar de continuar a ser a escolha de Macron e do chanceler alemão Olaf Scholz, outros líderes estão a recuar no apoio à sua potencial candidatura e “a absolvição de Costa não será suficiente, as pessoas que o rodeiam também têm de ser ilibadas, para dissipar qualquer tipo de suspeita”.
“As ligações do socialista português a escândalos de corrupção são vistas como um risco no contexto de eleições” na UE, sendo expectável que a extrema-direita venha a fazer uma campanha “contra a podridão” dentro dos principais partidos da Europa.
Em declarações à revista, António Costa diz que “não [sabe] quantos capítulos terá esta história em particular”. “Mas estou certo de que o último envolverá o reconhecimento de que não fiz nada de ilegal, que não testemunhei nada de ilegal e que não houve nada de censurável no meu envolvimento em qualquer um destes processos”, acrescenta.
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